Bilionários no governo: desconexão com a realidade dos americanos em meio à crise econômica

Comentários de bilionários no governo Trump geram críticas e revelam desconexão com a realidade econômica

Washington – Declarações recentes do presidente Donald Trump e de membros de sua administração expõem uma aparente falta de contato com as dificuldades financeiras enfrentadas pela maioria dos americanos. As falas, consideradas insensíveis, reacenderam o debate sobre o impacto das políticas econômicas do governo.

Trump incentivou a compra de ações em meio à instabilidade do mercado, enquanto o secretário de comércio, Howard Lutnick, minimizou a importância dos benefícios da Previdência Social para sua sogra. Elon Musk, envolvido em cortes na Previdência Social, classificou o sistema como um “esquema Ponzi”.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que os cidadãos não deveriam se preocupar com as flutuações econômicas, e o próprio Trump demonstrou indiferença ao possível aumento de preços de automóveis devido às tarifas impostas.

Oposição critica e especialistas apontam para efeito da riqueza

Democratas e especialistas criticaram as declarações, argumentando que refletem a distância entre a elite bilionária no poder e a realidade da classe média e dos aposentados. Psicólogos alertam que a riqueza extrema pode alterar a percepção e a empatia em relação aos menos favorecidos.

“Você tem que rir para não chorar”, comentou o pesquisador republicano Whit Ayres, comparando a situação com os desastrosos Mets de Nova York em 1962. Pesquisas indicam que a aprovação de Trump caiu, especialmente entre eleitores independentes.

Patrimônio dos envolvidos e reações à crise econômica

O patrimônio líquido de Trump foi estimado em US$ 4,2 bilhões, enquanto Elon Musk lidera a lista com US$ 364 bilhões. Howard Lutnick possui um patrimônio de US$ 3 bilhões. As declarações geraram reações imediatas da oposição, com senadores criticando a desconexão dos bilionários com a realidade econômica.

Especialistas em comportamento humano apontam que os ricos tendem a viver em um mundo à parte, com dificuldade em compreender as dificuldades enfrentadas pela maioria da população. A psicóloga Susan Pinker ressaltou que a falta de empatia pode ser um reflexo da distância social e da priorização do próprio grupo.