29 de abr 2025
Turquia expande bases militares em Kurdistão iraquiano e ameaça comunidades locais
Turquia expande bases militares no Curdistão iraquiano, causando deslocamento de civis e intensificando o conflito com o PKK.
Para gerações, Sherwen Sergeli e sua família ganharam a vida com a terra de sua aldeia, mas isso agora está sob ameaça. (Foto: Phil Caller)
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A presença militar da Turquia no Curdistão iraquiano tem se intensificado, especialmente com a construção de bases em áreas como Sergele e Kani Masi. Essa expansão militar resulta em deslocamento de civis e restrições ao acesso a terras, aumentando a tensão na região.
Sergele, uma vila tradicionalmente agrícola, agora enfrenta a realidade de estar cercada por bases militares turcas. Nos últimos dois anos, pelo menos sete bases foram erguidas nas proximidades, incluindo uma próxima a um pequeno reservatório que controla o abastecimento de água da comunidade. O agricultor Sherwan Sherwan Sergeli, de cinquenta anos, afirma que perdeu acesso a parte de sua terra devido à presença militar. Ele descreve a situação como uma "forma de ocupação".
A área ao redor de Sergele é parte do que é conhecido como a "Zona Proibida", onde a guerra entre a Turquia e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) tem causado mortes de civis. Relatórios indicam que centenas de civis foram mortos por ataques aéreos e de drones nesta região. Um estudo parlamentar de 2020 revelou que milhares foram forçados a deixar suas terras, resultando no esvaziamento de vilarejos inteiros.
A expansão militar turca na região é parte de uma estratégia mais ampla de intervenção, que inclui a construção de pelo menos 136 instalações militares fixas em todo o norte do Iraque. A análise da BBC mostra que a Turquia controla mais de dois mil quilômetros quadrados de território iraquiano, com uma rede de estradas que contribui para a degradação ambiental.
Embora o governo iraquiano tenha condenado a presença turca, ele também tem acomodado algumas demandas de Ancara. Em 2024, um memorando foi assinado para combater o PKK, mas não impôs limitações à presença militar turca. A relação entre o governo regional do Curdistão e a Turquia é complexa, com a liderança do Partido Democrático do Curdistão (KDP) minimizando os danos civis causados pelas operações turcas.
A situação continua a ser crítica, com relatos de ataques aéreos que resultaram em mortes de civis, como o caso de um jovem de vinte e quatro anos, atingido por um ataque aéreo em agosto de 2023. Apesar das alegações de que as forças turcas seguem a lei internacional, a falta de responsabilização por danos civis levanta preocupações sobre a segurança e os direitos humanos na região.
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