04 de mai 2025
Laudelina de Campos Mello é homenageada em exposição sobre direitos das trabalhadoras domésticas
A luta de Laudelina de Campos Mello, heroína da pátria, é celebrada na exposição "Dignidade e Luta", que destaca desigualdades atuais.
A ativista Laudelina de Campos Mello, pioneira na luta pelo direito das empregadas domésticas, participa do Baile da Pérola Negra, em Campinas, São Paulo, 1957 (Foto: Arquivo Glória Bardi)
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Laudelina de Campos Mello, ativista histórica pelos direitos das trabalhadoras domésticas no Brasil, foi nomeada heroína da pátria em 2023. Sua trajetória é celebrada na exposição "Dignidade e Luta", em cartaz no Instituto Moreira Salles (IMS), em Poços de Caldas, Minas Gerais. A mostra destaca a luta de Laudelina e a arte de quarenta e um artistas negros, abordando desigualdades contemporâneas.
Nascida em 1904, Laudelina fundou as primeiras associações de trabalhadoras domésticas em Santos e Campinas, em 1936 e 1961, respectivamente. Ela organizou eventos culturais e integrou a Frente Negra Brasileira, uma das primeiras organizações a lutar pelos direitos da população negra. A exposição reúne episódios da vida da ativista e obras que refletem a precariedade do trabalho doméstico, um tema central na mostra.
Raquel Barreto e Renata Sampaio, organizadoras da exposição, afirmam que a arte é uma forma de dar visibilidade à luta de Laudelina. A mostra aborda questões como a representação de mulheres negras na mídia, o acesso à cultura e a saúde das trabalhadoras. Apesar dos avanços, a categoria ainda enfrenta desafios, como a informalidade e relações racistas entre empregados e empregadores.
Entre 2012 e 2022, mulheres negras ganharam apenas 86,1% do salário de brancas na mesma função, segundo o Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra). A curadoria buscou tratar da herança colonial sem transformar a exposição em um espaço de dor. Laudelina, neta de escravizados, começou a trabalhar aos sete anos e iniciou sua militância aos dezesseis, fundando o Clube 13 de Maio.
A ativista também promoveu bailes e fundou uma escola de dança para jovens negras. Ela faleceu em 1991, deixando sua casa como sede do sindicato das trabalhadoras domésticas em Campinas. A exposição "Dignidade e Luta" ficará em cartaz até 14 de setembro de 2025 e seguirá para o IMS de São Paulo em 2026. A entrada é gratuita.
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