06 de mai 2025
Igreja Católica revela fortuna bilionária e busca transparência nas finanças
Igreja Católica revela lucros e ativos sob a reforma de Francisco, mas desafios financeiros e queda de fiéis persistem.
Foto: Reprodução
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A Igreja Católica, com um patrimônio significativo, sempre manteve suas finanças envoltas em mistério. O papa Francisco, falecido em abril de 2023, buscou aumentar a transparência financeira da instituição, divulgando balanços e revelando lucros e ativos. Desde 2021, a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (Apsa) publica seus balanços financeiros, uma prática inédita desde sua criação em mil novecentos e sessenta e sete.
No último relatório, referente a 2023, a Igreja reportou um lucro total de 45,9 milhões de euros (aproximadamente R$ 294,8 milhões) e um aumento de ativos de 7,9 milhões de euros (R$ 50,7 milhões). O patrimônio líquido não foi divulgado, mas estima-se que seja de 886 milhões de euros (R$ 5,69 bilhões), excluindo imóveis e terras. A gestão de mais de cinco mil imóveis, dos quais 20% são alugados, gera uma receita operacional de 73,6 milhões de euros (R$ 477,2 milhões) anualmente.
Desafios Financeiros
As finanças da Igreja são descentralizadas, com cada diocese responsável por seu orçamento. Isso torna a avaliação do patrimônio total da Igreja complexa. O professor Fernando Altemeyer Junior, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), afirma que é "praticamente impossível avaliar o patrimônio de toda a Igreja Católica". Especialistas estimam que a Igreja possua entre 177 e 200 milhões de acres de terras, incluindo igrejas, escolas e hospitais.
Historicamente, a Igreja começou a acumular bens no século IV, após o imperador Constantino oficializar o catolicismo. Desde então, a aliança entre poder temporal e espiritual moldou a trajetória da instituição. O papa Francisco, em sua gestão, enfatizou a importância da transparência orçamentária e da ordem na gestão financeira, especialmente diante do declínio de fiéis em países desenvolvidos.
Sustentação e Arrecadação
O Vaticano é sustentado por doações de dioceses, especialmente da Alemanha e dos Estados Unidos. Na Alemanha, o imposto eclesiástico, conhecido como kirchensteuer, arrecadou aproximadamente 6,51 bilhões de euros (R$ 41,75 bilhões) em 2023. Apesar da queda de fiéis, a Igreja ainda possui um patrimônio significativo, com dioceses como a de Colônia avaliando seu patrimônio líquido em 4,32 bilhões de euros (R$ 26,1 bilhões).
Nos Estados Unidos, a Igreja arrecada cerca de 10 bilhões de dólares (R$ 56,7 bilhões) anualmente em doações. No Brasil, a Igreja Católica também possui uma vasta rede de paróquias e instituições, embora não haja dados financeiros consolidados. O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, por exemplo, é considerado o mais rico do mundo em recursos financeiros, recebendo cerca de 10 milhões de peregrinos anualmente.
A complexidade das finanças da Igreja Católica reflete não apenas sua história, mas também os desafios contemporâneos que enfrenta em um mundo em transformação.
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