10 de mai 2025
Brasil enfrenta dilemas entre patrimonialismo e modernidade em meio a escândalos públicos
Brasil e Suécia: um contraste entre moralidade pública e práticas patrimonialistas. O que isso revela sobre a política brasileira?
OS DONOS DO PODER - Faoro: a mixórdia do Estado intrometido no privado (Foto: Acervo público/Governo de São Paulo)
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O Brasil enfrenta desafios persistentes relacionados à corrupção e ao patrimonialismo, evidenciados por escândalos como o mensalão e a Lava-Jato. Recentemente, uma comparação com a Suécia destacou as diferenças na moralidade pública e na gestão do Estado, revelando a continuidade de práticas arcaicas no Brasil.
Durante uma visita ao Parlamento sueco, uma deputada mencionou que cada partido possui um grupo de apoio, enquanto no Brasil, cada deputado pode ter 25 assessores ou mais. A estrutura sueca, com apartamentos de apenas 40 metros quadrados para os parlamentares, contrasta com os privilégios brasileiros, como o uso de carros oficiais. Essas diferenças levantam questões sobre a moralidade pública e a gestão do Estado.
O contexto atual é marcado por fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), onde um aposentado expressou sua incredulidade em relação ao órgão federal. A falta de confiança nas instituições é um reflexo da ambivalência entre avanços modernos e práticas patrimonialistas. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, destacou que o vício patrimonialista permeia diversas esferas da sociedade, incluindo a política e a burocracia.
Desafios e Avanços
O Brasil se encontra em uma encruzilhada, entre o arcaico e o moderno. Apesar das práticas patrimonialistas, o país também apresenta avanços significativos, como a criação de um Banco Central independente e reformas trabalhistas. Essas mudanças, no entanto, são frequentemente ofuscadas por escândalos e a distribuição de recursos públicos sem responsabilidade fiscal.
A persistência do patrimonialismo, conforme analisado por Raymundo Faoro, reflete uma tradição que mistura o Estado com interesses privados. A atual situação política e econômica sugere que, mesmo após 37 anos da Constituição Cidadã, o Brasil ainda luta contra a captura do Estado por interesses particulares. A moralidade pública, portanto, continua a ser um tema central nas discussões sobre a governança e a confiança nas instituições.
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