Sócios do Vasco pedem esclarecimentos sobre suposto conflito de interesses de Belaciano

Na última sexta-feira, um grupo de cerca de 100 sócios do Vasco enviou um ofício ao presidente Pedrinho e aos líderes dos outros poderes do clube, além do CEO Carlos Amodeo. O documento solicita esclarecimentos sobre um suposto conflito de interesses envolvendo Alan Belaciano, presidente da Assembleia Geral, e indícios de gestão temerária.

A mobilização dos sócios é uma continuidade de um movimento iniciado em janeiro, que foi retomado após 100 dias sem resposta sobre a participação de Belaciano nas negociações com credores trabalhistas durante a recuperação judicial do clube. O presidente do Conselho Deliberativo, João Riche, havia dado prazos para que Belaciano se manifestasse, mas já se passaram 115 dias desde o primeiro pedido.

Os ofícios incluem a assinatura de sete conselheiros eleitos e pedem a abertura de uma comissão de inquérito para investigar a situação. O texto destaca que Belaciano pode ter atuado em duas frentes: representando credores em ações judiciais contra o clube e participando de negociações em nome do Vasco. Essa situação, se confirmada, poderia configurar um grave conflito de interesses.

Demandas dos Sócios

Os sócios também exigem esclarecimentos sobre a possível procuração que autorizou Belaciano a representar o clube nas negociações e uma análise comparativa dos descontos acordados com credores que foram clientes do presidente da Assembleia. O movimento começou após um levantamento que comparou os planos de pagamento de dívidas trabalhistas do Vasco com os de outros clubes, apontando que o clube poderia economizar R$ 144 milhões se seguisse práticas comuns em processos de recuperação judicial.

Além disso, foi identificado que Belaciano participou de 80% das audiências de processos trabalhistas de ex-clientes, o que levanta mais questionamentos sobre sua atuação. O plano de pagamento de dívidas trabalhistas do Vasco, que ainda está sob análise judicial, não prevê deságio para a maioria dos credores, limitando os pagamentos a R$ 5 milhões ao longo de dez anos.