15 de mai 2025

Batalha perdida?
Fonte
Política

Brasil falha em erradicar trabalho infantil e enfrenta desafios persistentes até 2025

Brasil falha novamente em erradicar o trabalho infantil; em 2023, mais de 1,6 milhão de crianças ainda estão no mercado de trabalho.

Vivência. Hoje servidor do Tribunal de Justiça do Ceará, Felipe Caetano perdeu parte da infância servindo mesas de turistas nas praias de Aquiraz (Foto: Acervo Pessoal/Felipe Caetano e Arquivo CNJ)

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O Brasil não conseguirá cumprir a meta de erradicar o trabalho infantil, compromisso assumido na Agenda 2030 da ONU. O prazo para eliminar as piores formas de exploração expirou em 2016, e o limite para erradicar totalmente o problema se encerra em 2025. Em 2023, mais de 1,6 milhão de crianças e adolescentes ainda estavam no mercado de trabalho, com 586 mil em situações de exploração severa, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A legislação brasileira proíbe o trabalho para menores de 16 anos, exceto na condição de aprendiz a partir dos 14. No entanto, é comum ver crianças em semáforos vendendo produtos ou trabalhando em lavouras. A juíza do Trabalho Mariana Milet, coordenadora regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem de Pernambuco, destaca que essas crianças são frequentemente invisíveis e oriundas de famílias em extrema vulnerabilidade social.

O trabalho infantil é influenciado por fatores como pobreza, raça e gênero. Milet afirma que é essencial oferecer oportunidades para que essas crianças possam se dedicar aos estudos. O Programa de Combate ao Trabalho Infantil, desenvolvido pela Justiça do Trabalho, busca integrar educação e conscientização para erradicar essa prática.

Felipe Caetano, que começou a trabalhar aos 8 anos, relata que a cobrança por responsabilidade era igual à de adultos, mas a remuneração era muito inferior. Após participar de uma palestra, ele percebeu sua condição de vítima e convenceu a mãe a deixá-lo focar nos estudos. Hoje, Caetano é defensor dos direitos da criança e servidor do Tribunal de Justiça do Ceará.

Em 2023, 48,3% das crianças e adolescentes em situação de trabalho atuavam no comércio, seguidos por 26,7% na reparação de veículos e 21,6% na agricultura. As piores formas de trabalho infantil, que incluem atividades perigosas e exploração sexual, afetam principalmente meninos negros. A juíza Viviane Martins ressalta a naturalização do trabalho infantil e a necessidade de ações integradas entre Justiça, sociedade civil e Poder Público para enfrentar essa questão complexa.

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