Número de deputados na Casa cresce de 100 para 531; entenda a evolução desde 1826

BRASÍLIA - A Câmara dos Deputados do Brasil, que começou com 102 parlamentares em 1826, aprovou um projeto que adiciona 18 novos deputados, elevando o total para 531. A proposta, liderada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi aprovada em 6 de junho e pode ser implementada em 2027, caso receba a aprovação do Senado até o final de junho.

O aumento no número de deputados gerou intensos debates entre os parlamentares. O impacto financeiro anual da inclusão dos novos membros é estimado em R$ 64,6 milhões, conforme a direção-geral da Câmara. Defensores da proposta afirmam que o custo será coberto por remanejamento de recursos do orçamento já previsto.

Historicamente, a composição da Câmara passou por 21 mudanças desde sua criação. O Brasil, que tinha cerca de 5 milhões de habitantes em 1826, conta hoje com mais de 203 milhões, refletindo a necessidade de adaptação da representação política. O estado de São Paulo, atualmente com a maior bancada, tinha apenas nove deputados na primeira legislatura.

Debate Histórico

O aumento do número de deputados não é uma novidade. Em 1843, uma proposta similar gerou polêmica, com acusações de interesses ocultos. O deputado Fonseca, de Minas Gerais, argumentou que a falta de deputados não era o problema da Câmara. Em resposta, o deputado Souza Franco, do Pará, defendeu a necessidade de representação adequada para sua região.

O cientista político Leandro Gabiati ressalta que a composição atual é baseada na proporcionalidade de cada estado, evitando um aumento ilimitado de parlamentares. A proposta de Motta é vista como uma alternativa política, considerando a resistência de estados em perder cadeiras.

A aprovação do projeto, com 270 votos a favor e 207 contra, evidencia a divisão entre os parlamentares sobre os impactos da inclusão dos novos deputados. A discussão sobre a representação política no Brasil continua a ser um tema relevante e controverso.