Gestão municipal planeja reduzir investimentos em assistência social no centro de SP

O vice-prefeito de São Paulo, Mello Araújo, anunciou nesta terça-feira (20) que a prefeitura está avaliando a redução de equipamentos sociais no centro da cidade, como parte das ações para combater a cracolândia. Atualmente, existem 80 equipamentos na região. A gestão de Ricardo Nunes (MDB) ainda não se pronunciou sobre o plano.

Durante uma conversa com Rose Correia, presidente da Associação de Moradores do Campos Elíseos, Mello recebeu pedidos para fechar o Bom Prato Refeitório Luz, inaugurado em dezembro de 2023. Rose argumentou que o local atrai pessoas em situação de rua, que consomem as marmitas e geram sujeira no largo General Osório.

Ações na Região

Mello Araújo caminhou com moradores e comerciantes da área, passando pelo que foi a cracolândia, agora esvaziada. O vice-prefeito observou a presença de mais de dez carros da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar no local. Ele também se comprometeu a encaminhar ao prefeito Nunes a solicitação para transformar a área em uma praça.

Os moradores pedem o fechamento de bares e ferros-velhos que, segundo eles, facilitam o tráfico de drogas. Mello afirmou que a prefeitura deve fechar estabelecimentos irregulares ainda nesta terça-feira, como parte de uma operação contínua para restringir o acesso a drogas.

Investigação e Críticas

Sobre episódios de violência relacionados à remoção de usuários, Mello garantiu que os casos serão investigados. Ele criticou a circulação de vídeos antigos nas redes sociais, que distorcem a atual situação. O comerciante José Roberto Issa Cheda, com 50 anos de experiência na região, acredita que a nova estratégia de desmembrar a cracolândia em grupos menores é mais eficaz do que tentativas anteriores.

Durante a visita, Mello também abordou a ocupação de um prédio na esquina das ruas dos Gusmões e Triunfo, questionando sua legalidade. Ele criticou medidas do governo federal que, segundo ele, favorecem o tráfico, como a mudança no enquadramento de usuários.

A prefeitura continua a trabalhar em soluções para a complexa situação da cracolândia, buscando um equilíbrio entre segurança e assistência social na região central de São Paulo.