20 de mai 2025
Governo espanhol ordena remoção de 66 mil imóveis do Airbnb por irregularidades
Governo espanhol ordena a remoção de 66 mil anúncios do Airbnb, intensificando a crise habitacional e gerando protestos contra o turismo excessivo.
Manifestantes foram às ruas nas Ilhas Canárias para protestar contra 'turismo excessivo' (Foto: Getty Images/BBC)
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O governo da Espanha determinou a remoção de quase 66 mil anúncios de imóveis da plataforma Airbnb por irregularidades nas normas de hospedagem turística. A decisão ocorre em um contexto de crescente crise habitacional e protestos contra o turismo excessivo, especialmente com a chegada da alta temporada.
O ministro dos Direitos Sociais, Defesa do Consumidor e Agenda 2030, Pablo Bustinduy, afirmou que os imóveis em questão violam diversas normas relacionadas à habitação. A ordem foi confirmada por um tribunal de Madri, que determinou a retirada imediata de 5.800 propriedades. As regiões afetadas incluem Madri, Andaluzia, Catalunha, Comunidade Valenciana, País Basco e Ilhas Baleares.
O ministério aguarda decisões judiciais sobre os cerca de 60 mil imóveis restantes. Segundo Bustinduy, os anúncios não apresentaram número de licença ou forneceram informações incorretas sobre o status legal dos proprietários. Ele destacou que essa ação é uma vitória para a luta pelo direito à moradia.
Aumento dos Protestos
A questão da habitação se tornou uma preocupação central na Espanha, com os preços dos aluguéis disparando, especialmente nas grandes cidades. O custo médio de aluguel duplicou na última década, enquanto os salários não acompanharam esse aumento. Muitos cidadãos veem os imóveis turísticos como uma das principais causas da escassez de moradia.
O primeiro-ministro Pedro Sánchez já havia declarado que “há Airbnbs demais e moradias de menos”, prometendo conter a expansão descontrolada do uso de imóveis para turismo. Algumas cidades, como Barcelona, também estão adotando medidas para reduzir o número de apartamentos turísticos.
Resposta do Airbnb
Em resposta à decisão judicial, o Airbnb anunciou que irá recorrer e que os anúncios permanecerão ativos enquanto o processo judicial estiver em andamento. A empresa argumenta que a raiz da crise habitacional é a falta de oferta de imóveis e que a regulamentação não resolve o problema.
O Airbnb também criticou a política de habitação da Espanha, afirmando que medidas restritivas em outras cidades não resolveram os desafios locais. Com o número de visitantes estrangeiros se aproximando de 100 milhões por ano, os protestos contra o turismo excessivo devem continuar, refletindo a insatisfação da população com a situação habitacional.
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