Milhões podem perder assistência alimentar com nova proposta do GOP, diz CBO

Milhões de americanos de baixa renda, incluindo famílias com crianças, podem perder benefícios do programa de assistência alimentar SNAP devido ao novo pacote de cortes fiscais e de gastos aprovado pelos republicanos da Câmara. A análise do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), divulgada na quinta-feira, revela que os cortes podem totalizar $286 bilhões ao longo de uma década, além de impor novas exigências de trabalho.

O pacote, que visa reduzir o apoio federal a programas de segurança alimentar e saúde, segue a agenda do ex-presidente Donald Trump. Trilhões de dólares em cortes de impostos estão previstos, enquanto o suporte federal para o SNAP e o Medicaid será drasticamente reduzido para compensar os custos. A proposta, no entanto, deve passar por alterações no Senado, onde alguns legisladores já expressaram preocupações sobre as mudanças nos programas de assistência.

O CBO estima que cerca de 3,2 milhões de pessoas perderão seus benefícios do SNAP em média a cada mês ao longo da próxima década. Isso inclui aproximadamente 800 mil indivíduos que vivem com crianças acima de 7 anos. As novas regras também exigirão que os estados compartilhem os custos dos benefícios, o que pode levar a cortes adicionais nas assistências.

Impactos nas Famílias

As mudanças propostas incluem a ampliação das exigências de trabalho para muitos americanos mais velhos e, pela primeira vez, para pais de crianças. Estados terão menos flexibilidade para isentar essas exigências em tempos de crise econômica. O CBO projeta que essa medida pode resultar na redução ou eliminação dos benefícios para cerca de 1,3 milhão de pessoas mensalmente.

Além disso, subvenções para programas de nutrição infantil podem ser cortadas, afetando cerca de 420 mil crianças. Outras disposições do projeto, como a limitação de aumentos anuais nos benefícios, também podem resultar em assistência mensal menor. A proposta ainda inclui restrições para não cidadãos, o que pode deixar entre 120 mil e 250 mil pessoas sem auxílio.

O pacote também introduz a primeira exigência de trabalho para o Medicaid, o que pode resultar na perda de cobertura de saúde para milhões de americanos de baixa renda, segundo especialistas.