Preços de hospedagem disparam em Belém e preocupam delegações da COP-30

A Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30) ocorrerá em Belém, Brasil, entre 10 e 21 de novembro. O evento enfrenta desafios relacionados à infraestrutura e à capacidade de hospedagem na cidade, com preços de acomodações disparando.

Delegações de países como Noruega e China estão considerando reduzir suas equipes devido aos altos custos de hospedagem. O embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Ruud, expressou preocupação com a escassez de acomodações e os preços elevados, que podem chegar a R$ 2,2 milhões por locação durante o evento. Em cidades vizinhas, como Ananindeua, os preços também são altos, podendo alcançar R$ 600 mil.

O governo brasileiro está buscando ampliar as opções de hospedagem, incentivando reformas em hotéis e a construção de novas unidades. Além disso, escolas serão adaptadas para funcionar como hostels e navios de cruzeiro serão contratados para acomodar os participantes. O Palácio do Planalto e o governo do Pará trabalham em conjunto para mitigar os custos e garantir a presença de todos os delegados.

Preocupações com a Infraestrutura

Telegramas entre embaixadas brasileiras revelam críticas à saturação das vagas em hotéis em Belém. A embaixada do Brasil em Pequim registrou que representantes da China enfrentam dificuldades para reservar acomodações devido à baixa disponibilidade e altos preços. A Noruega também manifestou sua preocupação, destacando que muitos países e representantes da sociedade civil podem não conseguir arcar com os custos de participação.

O CEO da Climate Action, Nick Henry, relatou que vários líderes do setor privado estão considerando desistir da participação na COP-30 devido à falta de acomodações adequadas. As embaixadas de países como Alemanha, Dinamarca e Reino Unido também expressaram preocupações semelhantes sobre a infraestrutura disponível para o evento.

Medidas do Governo

Para lidar com a situação, o governo federal decidiu antecipar a cúpula de chefes de Estado para os dias 6 e 7 de novembro, uma semana antes do início oficial da COP-30. Essa mudança visa proporcionar mais tempo para reflexões e organização, aliviando a pressão sobre a rede hoteleira e a cidade.

A Noruega, principal doadora do Fundo Amazônia, está atenta ao cenário e busca garantir que o Brasil adote políticas para conter os preços de hospedagem e outros custos associados ao evento. O fundo, que já recebeu R$ 4,5 bilhões, é crucial para financiar projetos de preservação da Amazônia.