Gustavo Franco critica pacote fiscal de Lula 3 e compara a Dilma Rousseff

O governo Lula 3 enfrenta críticas sobre sua política fiscal, com comparações ao segundo mandato de Dilma Rousseff. O economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, criticou o novo pacote fiscal em coluna no jornal O Estado de S. Paulo, chamando as medidas de “ruizinhas”. Ele destacou manobras orçamentárias que adiam gastos para mascarar o cumprimento de metas e o uso do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como instrumento de arrecadação, o que contraria sua função regulatória.

Franco argumenta que os bloqueios e contingenciamentos não representam cortes reais, mas sim adiamentos estratégicos, caracterizando um “método pedalativo” que desmoraliza as metas fiscais. O aumento da alíquota do IOF, que subiu de 3,38% para 3,50% para operações de cartão no exterior e de 1,10% para 3,50% para aquisição de moeda em espécie, foi anunciado como uma forma de minimizar cortes orçamentários. A equipe econômica recuou na cobrança de IOF para envio de recursos ao exterior por fundos de investimento.

Oposição no Congresso

A oposição já protocolou projetos na Câmara e no Senado para barrar as novas medidas. O governo, por sua vez, pode usar o bloqueio de emendas como moeda de barganha para evitar que as propostas sejam freadas. Franco sugere que o atual ministro da Fazenda busca entregar “a política fiscal menos irresponsável possível”, mas vê sinais de que uma mudança pode ocorrer em 2027, com uma nova abordagem fiscal.

Ele conclui que o governo Lula 3 se assemelha a um “Dilma 2”, enfatizando que a politização da política fiscal começou com Dilma Rousseff. O pacote fiscal de R$ 30 bilhões em manobras e R$ 20 bilhões em IOF foi amplamente criticado, refletindo a insatisfação com a atual gestão fiscal.