27 de mai 2025
Prefeitura de São Paulo afasta diretores de escolas com baixo desempenho no Ideb
Afastamento de diretores em escolas de São Paulo gera protestos e críticas, enquanto secretário nega relação com privatização da educação.
Foto: Reprodução
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O secretário de Educação de São Paulo, Fernando Padula, afirmou que o afastamento de 25 diretores de escolas municipais não está relacionado aos planos do prefeito Ricardo Nunes (MDB) de privatizar a gestão de unidades com baixo desempenho. O afastamento ocorreu na última sexta-feira (23), com a justificativa de que essas escolas apresentaram os piores resultados em indicadores externos, como o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Padula negou qualquer conexão entre o afastamento e a privatização, chamando as críticas de "delírio total". Ele explicou que os diretores foram convocados para um programa de requalificação, que será ministrado por servidores da própria secretaria. O objetivo é melhorar a gestão pedagógica e a aprendizagem dos alunos. O programa deve ser concluído em dezembro, e os diretores retornarão às suas funções.
Críticas e Mobilizações
A decisão gerou protestos de acadêmicos, estudantes e do Ministério Público, que questionam a metodologia utilizada para o afastamento. A Congregação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) aprovou uma moção de repúdio, destacando que a qualidade das escolas não pode ser avaliada apenas por indicadores numéricos. Entre as escolas afetadas estão unidades reconhecidas por projetos inovadores.
Além disso, ao menos três professores se recusaram a assumir os cargos de assistente de direção nas escolas afetadas. A Secretaria Municipal de Educação informou que a medida é inédita e que os diretores afastados atuam há pelo menos quatro anos nas unidades. A seleção foi baseada no desempenho no Ideb e no Idep (Índice de Desenvolvimento da Educação do Município).
Contexto de Vulnerabilidade
A maioria das escolas afetadas atende alunos em situação de alta vulnerabilidade social. Padula afirmou que a vulnerabilidade não pode ser usada como justificativa para o baixo desempenho. Ele ressaltou que é necessário desenvolver estratégias para apoiar essas unidades, que enfrentam desafios significativos, como a falta de profissionais qualificados.
O Ministério Público também solicitou esclarecimentos sobre o processo de afastamento, incluindo se os diretores tiveram a oportunidade de se defender. A deputada estadual Andrea Werner (PSB) questionou os critérios utilizados para a seleção dos diretores afastados, enfatizando a importância de considerar avanços qualitativos na educação.
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