Portugal reafirma que TAP é estratégica e avança com privatização da companhia aérea

A TAP, companhia aérea estatal de Portugal, está em processo de privatização, com o governo buscando vender uma participação minoritária. O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou que a TAP é "muito mais uma questão estratégica do que financeira". Ele destacou a importância da privatização, mas não revelou um cronograma para a venda.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, já havia declarado que o governo pretende manter o hub da TAP em Lisboa e as rotas consideradas estratégicas. As três maiores companhias aéreas da Europa manifestaram interesse na TAP, que é a principal operadora europeia entre o continente e o Brasil, além de ter forte presença na África e na América do Norte.

Polêmica no Brasil

Recentemente, a TAP se envolveu em uma controvérsia no Brasil ao cancelar um voo após não cumprir uma decisão judicial que permitia o embarque de um cão de serviço. O animal, que auxilia uma criança autista, não pôde embarcar, levando a empresa a cancelar o voo no Aeroporto do Galeão. Um gerente da TAP foi autuado pela Polícia Federal pelo incidente.

O plano de privatização da TAP foi adiado após a queda do governo minoritário de Montenegro em março, mas o novo governo, que venceu as eleições antecipadas em 18 de outubro, ainda não foi empossado. Antes da crise política, o governo considerava vender pelo menos 49% da companhia, evitando uma venda majoritária que poderia gerar oposição no parlamento.

Avaliação e Oportunidades

Dois relatórios de avaliação da TAP estão em andamento, conforme informado pelo governo. A TAP é uma das poucas companhias aéreas estatais disponíveis para aquisição na Europa, em um mercado dominado por grandes grupos de aviação. Em 2024, a TAP transportou 16 milhões de passageiros, um aumento de 1,6% em relação ao ano anterior, consolidando sua importância no setor aéreo europeu e na conexão com a diáspora portuguesa.