França projeta prisão de segurança máxima na Amazônia para detentos perigosos

O governo francês anunciou a construção de uma prisão de segurança máxima na Guiana Francesa, com previsão de conclusão até 2028. O projeto visa a detenção de traficantes de drogas e extremistas, em resposta ao aumento da criminalidade e das tensões nas penitenciárias do país.

A nova instalação será erguida em Saint-Laurent-du-Maroni, uma região estratégica cercada por densa floresta, dificultando fugas e conexões com redes criminosas. Com capacidade para 500 presos, a prisão contará com um setor especial para os detentos mais perigosos, funcionando sob um regime rigoroso de isolamento, conforme afirmou o ministro da Justiça, Gérald Darmanin.

A localização da prisão é significativa, pois a Guiana Francesa, embora geograficamente na América do Sul, é parte integral da França. A cidade de Saint-Laurent-du-Maroni tem um histórico penal, sendo conhecida como o ponto de entrada da antiga colônia penal da Ilha do Diabo, onde milhares de prisioneiros foram enviados entre 1852 e 1954.

Medidas Complementares

Além da construção da nova prisão, o governo francês implementará um pacote abrangente para combater o crime organizado. Isso inclui a criação de um novo departamento do Ministério Público focado exclusivamente nesse tipo de crime e a ampliação dos poderes investigativos. A estratégia busca cortar os laços entre líderes do tráfico e suas redes operacionais.

A decisão de construir a prisão na Guiana Francesa também se deve ao fato de que a região é uma rota frequente do narcotráfico internacional, especialmente entre Brasil, Suriname e Europa. O orçamento inicial para o projeto é de 400 milhões de euros, cerca de R$ 2,5 bilhões.

Nos últimos meses, a França tem enfrentado uma escalada de violência nas penitenciárias, com ataques a viaturas e muros de segurança. O governo espera que a nova prisão ajude a mitigar esses problemas, proporcionando um ambiente controlado e seguro para a detenção de criminosos de alta periculosidade.