Trump promove desfile militar em Washington e gera polêmica sobre politicização das Forças Armadas

Em 14 de junho, um desfile militar ocorrerá em Washington, em celebração ao aniversário do presidente Donald Trump e do Exército dos Estados Unidos. O evento, que custará entre US$ 25 milhões e US$ 45 milhões, marca uma mudança significativa em relação à oposição do Pentágono em 2017, quando Trump desejava realizar uma festividade semelhante.

O desfile contará com 28 tanques M1A1 Abrams, 28 veículos Stryker, mais de 100 outros veículos, além de 6.700 soldados, 50 helicópteros, 34 cavalos, duas mulas e um cachorro. O Exército também se comprometeu a reparar as ruas danificadas durante o evento, o que pode aumentar os custos totais. O porta-voz do Exército, Steve Warren, reconheceu que o valor é elevado, mas defendeu que é insignificante em comparação ao legado de 250 anos de serviço do Exército.

Embora o Exército não esteja oficialmente chamando o evento de desfile de aniversário de Trump, a data coincide com o aniversário do presidente. Em contraste, em 1975, não houve grandes celebrações para o bicentenário do Exército, refletindo um momento delicado na história americana, após a Guerra do Vietnã.

Críticas e Controvérsias

Críticos apontam que o desfile é um exemplo de como Trump tem politizado as Forças Armadas. O senador Jack Reed, do Comitê de Serviços Armados, sugeriu que um evento mais discreto poderia ser realizado em Fort Myer, na Virgínia. O desfile passará em frente ao mirante de Trump, próximo à Casa Branca, e contará com tropas marchando e paraquedistas entregando uma bandeira ao presidente.

Historicamente, desfiles militares nos EUA ocorrem após grandes conflitos, como a Guerra Civil e as duas Guerras Mundiais. O último grande desfile foi há quase 35 anos, após a primeira Guerra do Golfo. Especialistas questionam se a presença de tanques em Washington é compatível com a tradição de um Exército profissional, sugerindo que isso pode indicar uma militarização da política interna.

A equipe de Trump, agora liderada por Pete Hegseth no Departamento de Defesa, parece mais disposta a atender aos desejos do presidente. A celebração incluirá também um astronauta do Exército na Estação Espacial Internacional, embora o foco principal tenha mudado para um desfile militar.