Putin confirma retaliação após ataque ucraniano a bombardeiros estratégicos russos

O Kremlin confirmou nesta quinta-feira, cinco de junho, que o presidente Vladimir Putin decidiu retaliar o ataque ucraniano que destruiu bombardeiros estratégicos russos em bases aéreas. O ataque ocorreu no domingo, primeiro de junho, quando drones ucranianos atingiram pelo menos duas bases na Sibéria. O porta-voz Dmitri Peskov afirmou que a forma da retaliação será definida pelas Forças Armadas.

Putin comunicou a decisão ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma conversa telefônica. Trump mencionou que a retaliação será severa e os Estados Unidos expressaram preocupação com a possibilidade de uma resposta nuclear, dado que os bombardeiros atacados são parte do sistema de defesa estratégico da Rússia. Estima-se que cerca de dez bombardeiros tenham sido destruídos, representando quase 10% da frota desse tipo na Rússia.

Temores de Escalada Nuclear

A Ucrânia teme uma resposta maciça com mísseis balísticos, possivelmente utilizando o modelo Orechnik, que foi testado em Dnipro no ano passado. Enquanto isso, os ataques com drones continuam, resultando em pelo menos cinco mortes na região de Tchernihiv. O governo russo também acusou a Ucrânia de atacar sua infraestrutura civil, com uma explosão em uma ferrovia perto de Voronej, sem feridos.

As forças ucranianas já haviam atacado uma ponte ferroviária no sul da Rússia, resultando em sete mortes, e também atingiram a ponte da Crimeia, embora o tráfego tenha sido restabelecido rapidamente. No campo diplomático, Peskov afirmou que Putin está disposto a mediar negociações sobre o acordo nuclear com o Irã, apesar das dificuldades nas conversas com os Estados Unidos.

Danos e Recuperação

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, declarou que os bombardeiros danificados serão restaurados. A Rússia possui uma frota de sessenta e sete bombardeiros estratégicos, incluindo os modelos Tu-95 e Tu-160. A capacidade de reparo, no entanto, pode ser afetada pelas sanções ocidentais que limitam a importação de componentes essenciais.

Imagens de satélite mostram os danos nos bombardeiros, que são utilizados para lançar mísseis contra a Ucrânia. A Rússia não forneceu detalhes específicos sobre os aviões atingidos, mas confirmou que a Ucrânia atacou cinco bases aéreas.