Ferrovia Norte-Sul enfrenta invasões que ameaçam segurança e operação dos trens

A Ferrovia Norte-Sul, inaugurada em 2023, enfrenta sérios problemas de invasões e ocupações irregulares ao longo de seus 2.250 km. Um estudo recente identificou 73 áreas remanescentes invadidas, sendo 31 delas classificadas como gravíssimas. A Infra S.A. e as concessionárias estão avaliando ações para coibir essas ocupações.

O levantamento, realizado entre janeiro e maio de 2025, revelou que 662 áreas foram vistoriadas. As invasões mais comuns incluem casas, cercas, plantações e criação de animais. Dentre as áreas com ocupação irregular, 44 apresentaram registros técnicos formais, com documentação detalhada. O relatório também apontou 541 situações de interferências irregulares, como redes elétricas e aberturas de vias sem autorização.

Medidas em Avaliação

A Infra S.A., vinculada ao Ministério dos Transportes, ainda não recebeu o resultado completo do estudo, que deve ser finalizado em 16 de junho. Após a análise, a estatal avaliará as medidas administrativas e judiciais necessárias. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que realiza fiscalização regular para garantir a integridade da faixa de domínio da ferrovia.

As concessionárias VLI e Rumo Logística, responsáveis pela operação da ferrovia, também se pronunciaram. A Rumo declarou que monitora a faixa de domínio conforme o contrato, enquanto a VLI realiza rondas preventivas e campanhas educativas nas comunidades locais sobre os riscos das invasões.

Contexto da Ferrovia

Construída com recursos públicos, a Ferrovia Norte-Sul é considerada a "espinha dorsal" do transporte ferroviário no Brasil. O trecho Sul foi inaugurado em 2023, e a malha é dividida em três partes: o Tramo Norte, o Tramo Central e o Tramo Sul. O governo também planeja leiloar um trecho de 477 quilômetros entre Açailândia (MA) e Barcarena (PA), expandindo ainda mais a malha ferroviária.