Pessimismo cresce e orgulho de ser brasileiro atinge menor nível, revela Datafolha

A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (12) revela uma queda significativa no orgulho de ser brasileiro, que passou de 83% em 2023 para 74% em junho de 2025. O percentual de pessoas que sentem mais vergonha da nacionalidade aumentou de 16% para 24%. A pesquisa foi realizada com 2.004 eleitores em 136 municípios entre os dias 10 e 11 de junho, com margem de erro de dois pontos percentuais.

O pessimismo em relação à situação do país também cresceu, atingindo 50% dos entrevistados, um aumento em relação aos 47% registrados em setembro de 2023. Os otimistas, por sua vez, caíram de 35% para 31%. O medo do futuro é alarmante, com 63% dos brasileiros expressando essa preocupação, o maior índice já registrado, enquanto apenas 35% se sentem confiantes.

Emoções negativas predominam

A insegurança é o sentimento mais comum, com 73% dos entrevistados relatando essa sensação. O desânimo e a tristeza também são altos, com 64% e 63%, respectivamente. Apenas 26% se sentem seguros, enquanto 35% se dizem animados e 34% felizes. A esperança, com 45%, compete com o medo, que atinge 54%, e a raiva, que chega a 55%.

A pesquisa também revela uma divisão política significativa. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro, 68% sentem raiva ao pensar no Brasil, enquanto apenas 37% dos apoiadores de Lula compartilham desse sentimento. Por outro lado, 47% dos eleitores de Lula se mostram otimistas, em contraste com apenas 18% dos bolsonaristas.

Imagem de Lula em queda

A percepção sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também é negativa. 56% dos entrevistados afirmam que Lula causa mais vergonha do que orgulho, enquanto 40% sentem o oposto. Essa é uma mudança drástica em relação a 2005, quando 54% tinham orgulho do presidente, mesmo em meio a escândalos. O sentimento negativo é mais acentuado entre evangélicos, com 69% expressando vergonha.

Comparações históricas mostram que o orgulho nacional atingiu seu menor índice em junho de 2017, com 50% de orgulho e 47% de vergonha. O pico de orgulho foi em novembro de 2010, quando 89% se declararam orgulhosos da nacionalidade.