Bacellar critica gestão de Paes e aponta 'rombo' na prefeitura do Rio

Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, assumiu como governador em exercício durante a ausência do titular Cláudio Castro. Em sua primeira viagem oficial, Bacellar criticou o prefeito Eduardo Paes, acusando-o de deixar um rombo nas contas da prefeitura e de contrair empréstimos. O evento ocorreu nesta terça-feira, em municípios do interior, onde ele participou da entrega de viaturas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).

Bacellar destacou que o governo estadual não contraiu novas dívidas, contrastando com a recente autorização da Câmara de Vereadores para que a prefeitura contraia um empréstimo de R$ 2,2 bilhões. O estado está sob um Regime de Recuperação Fiscal desde 2017 e atualmente negocia a adesão ao novo Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag). Em seu discurso, Bacellar afirmou que é fácil ser prefeito e deixar dívidas para o futuro, enfatizando que sua postura será diferente.

Conflitos Internos e Ambições Políticas

A declaração de Bacellar ocorre em um contexto de disputas internas no governo estadual, especialmente em relação a uma proposta de redução das tarifas de trem e metrô, apresentada pelo secretário de Transportes, Washington Reis. Embora Reis busque se viabilizar como candidato ao governo, Bacellar é o preferido de Castro. Aliados de Castro expressam preocupação com o impacto fiscal da proposta, mas reconhecem seu potencial eleitoral.

Bacellar, que ascendeu ao cargo após articulações políticas, visa consolidar sua imagem antes das eleições de 2026. Castro deve renunciar ao cargo em abril do próximo ano para concorrer ao Senado. Enquanto isso, Bacellar busca aumentar sua visibilidade no cargo durante a licença de dez dias que Castro tirou para viajar. O prefeito Eduardo Paes, procurado para comentar as críticas, não respondeu. Embora não tenha se declarado candidato, especulações indicam que ele pode concorrer em 2026.