17 de jun 2025
Comunidade de palafitas em Belém é excluída de obra de saneamento da COP30
Moradores da Vila da Barca protestam contra a construção de estação de esgoto que não atenderá suas necessidades de saneamento.
Tapume mostra futura estação de esgoto para a COP30 na Vila da Barca, em Belém, comunidade que não tem saneamento básico (Foto: Lucas Borges Teixeira/UOL)
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Uma obra de R$ 25 milhões para a construção de uma estação de esgoto na Vila da Barca, em Belém, gerou protestos entre os moradores. A estação, parte das preparações para a COP30, visa beneficiar bairros nobres, mas não atenderá diretamente a comunidade local, que se sente excluída.
Moradores alegam que a obra, localizada em uma das maiores comunidades de palafitas do Brasil, não trará saneamento para suas casas. A estrutura, uma estação elevatória, tem como objetivo bombear esgoto de áreas baixas para a estação de tratamento do Una. A previsão de conclusão é para agosto, mas a comunidade já se mobiliza contra a construção.
A associação de moradores entrou com uma ação judicial para barrar a obra, afirmando que não houve diálogo com a população. A educadora Susane Barreirinhas destaca que a construção foi imposta sem consulta, e a professora Inêz Medeiros reforça que as casas sobre palafitas não foram consideradas no projeto.
Além disso, a preocupação com o odor gerado pela obra é crescente. Pawer Martins, morador da área, expressou receio sobre os impactos do gás e do mau cheiro que podem afetar a qualidade de vida na comunidade. O governo do Pará defende a obra como um legado da COP, afirmando que beneficiará a bacia hidrográfica do Una, mas os moradores contestam que as melhorias não atingirão suas residências.
A Vila da Barca, com cerca de 5 mil moradores, enfrenta problemas de saneamento há anos. A maioria das habitações não possui acesso à rede de esgoto, e a construção da estação elevatória é vista como uma solução que não atende às necessidades locais. A insatisfação é palpável, e a luta por direitos básicos continua.
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