19 de jun 2025

Trump utiliza o caos como estratégia para governar os Estados Unidos
Trump promete "libertar" Los Angeles em discurso militar, enquanto protestos se intensificam e a repressão se agrava nas ruas.

Donald Trump, presidente dos EUA — Foto: Jim Watson/AFP
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No dia 10 de junho, Donald Trump discursou na base militar de Fort Bragg, na Carolina do Norte, prometendo “libertar” Los Angeles. O evento, que contou com a presença de soldados, evidenciou a crescente politização das Forças Armadas sob sua administração. Durante o discurso, Trump atacou o presidente Joe Biden e criticou manifestantes, enquanto a Guarda Nacional e fuzileiros navais foram enviados para reprimir protestos na Califórnia.
Esse episódio não é isolado, mas sim um reflexo de uma tendência que se intensifica desde o início do mandato de Trump. A administração tem demonstrado uma instrumentalização do caos, com desrespeito a decisões judiciais e incertezas na política comercial. O escândalo do Signal, que expôs mensagens entre membros do governo, revelou a falta de profissionalismo na gestão de informações militares.
A política comercial também tem sido marcada por tarifas instáveis, gerando incerteza nos mercados. Apesar disso, Trump continua a promover o caos como parte de um plano maior. Sua promessa de resolver a guerra na Ucrânia em 24 horas permanece sem resultados concretos. A tensão entre democracia e autoritarismo se intensifica, especialmente após a ruptura entre Elon Musk e Trump, que expôs fissuras no apoio ao ex-presidente.
Tensão nas Ruas
Em Los Angeles, os protestos contra as deportações se intensificaram, resultando em confrontos com a Guarda Nacional, enviada sem autorização do governador Gavin Newsom. Trump também ordenou o envio de fuzileiros navais, uma ação vista como um teste da obediência das Forças Armadas a ordens que desafiam a lógica democrática.
Quatro dias após o discurso, mais de 2 mil protestos ocorreram em todo o país, sob o lema “No Kings”. Os manifestantes criticaram a tentativa de Trump de transformar a Presidência em uma coroa, abusando de seus poderes constitucionais. No mesmo dia, ele promoveu uma parada militar em seu aniversário, que foi interpretada como uma exibição de vaidade.
A escalada da repressão e a militarização das respostas a protestos revelam um embate direto entre democracia e autoritarismo. Trump afirma defender a liberdade, mas essa liberdade parece moldada a seu favor. Enquanto seus apoiadores são tratados como heróis, os cidadãos que protestam enfrentam repressão. A pergunta que se impõe é: até quando a democracia será esvaziada em favor de um governo autoritário?
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