25 de jun 2025

Escritores e editoras apoiam a ditadura militar no Brasil, revela ABL
Intelectuais como Rachel de Queiroz e Rubem Fonseca colaboraram com a ditadura militar, promovendo ideais anticomunistas no Brasil.

Editora 1965 (Foto: Reprodução)
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A ditadura militar brasileira de 1964 não foi sustentada apenas por forças armadas, mas também por uma rede literária que apoiou o regime. Recentemente, revelações sobre o envolvimento de editoras e escritores, como Rachel de Queiroz e Rubem Fonseca, destacam a colaboração de intelectuais na propagação de ideais conservadores e anticomunistas.
Rachel de Queiroz, em entrevista de 2000, afirmou que a queda de João Goulart foi uma boa ideia. Ao lado dela, outros autores renomados, como Gilberto Freyre e Ariano Suassuna, também se alinharam ao regime. Editoras como Record, José Olympio e Agir foram fundamentais na disseminação de publicações que desestabilizavam o governo de Goulart, associando-o ao comunismo e promovendo ideais de liberdade americanos.
O Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPÊS), fundado em 1961, teve um papel crucial nesse contexto. Com apoio de instituições dos EUA, o IPÊS atuou para desarticular o governo Goulart, e seus membros, como Golbery do Couto e Silva, assumiram posições de poder após o golpe. O instituto estabeleceu convênios com editoras, distribuindo milhões de livros e folhetos anticomunistas pelo Brasil.
Rubem Fonseca, que teve seu primeiro romance subsidiado pelo IPÊS, foi um elo entre empresários, militares e jornalistas. Ele coordenou uma assessoria de imprensa que ajudou a desestabilizar o governo Goulart. Embora tenha minimizado sua atuação no IPÊS, registros mostram que ele esteve associado ao instituto até 1972.
A colaboração de intelectuais com o regime militar não se limitou a figuras como Queiroz e Fonseca. Gilberto Freyre e Dinah Silveira de Queiroz também apoiaram o governo, enquanto outros, como Érico Veríssimo, expressaram reservas. A relação entre a literatura e a ditadura revela um panorama complexo, onde muitos escritores inicialmente apoiaram o regime, mas posteriormente se tornaram críticos.
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