Deputados rejeitam fim da escala 6x1 e aprovam isenção do IR em nova votação

A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, revela que 88% dos deputados federais apoiam a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. Essa proposta, defendida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), surge em um contexto de baixa popularidade e pressão do Congresso.

Os dados mostram que, enquanto a isenção do IR é amplamente apoiada, 70% dos parlamentares se opõem ao fim da jornada de trabalho 6x1 e à exclusão das verbas do Judiciário do limite de gastos. A pesquisa foi realizada entre 07 de maio e 30 de junho com 203 deputados, representando 40% do total, e possui uma margem de erro de 4,5 pontos percentuais.

A proposta de isentar quem ganha até R$ 5 mil é uma das principais pautas do governo para este ano, com a expectativa de que comece a valer em 2026, ano eleitoral. Em março, o governo assinou a proposta que cumpre uma promessa de campanha e busca melhorar a imagem de Lula, que enfrenta sua menor popularidade em três mandatos. A ampliação da faixa de isenção para quem ganha até dois salários mínimos já foi aprovada pela Câmara, com um custo estimado de R$ 3,29 bilhões em impostos não arrecadados neste ano.

Propostas em Debate

Além da isenção do IR, o governo também pretende discutir o fim da jornada de trabalho 6x1. Lula já se manifestou sobre a necessidade de equilibrar a vida profissional e o bem-estar dos trabalhadores. "Está na hora de o Brasil dar esse passo," afirmou o presidente em pronunciamento no Dia do Trabalho.

Atualmente, não há uma estratégia definida para a tramitação da proposta sobre a jornada de trabalho. A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para acabar com a escala 6x1, mas ainda não houve articulação efetiva do Planalto para avançar com a discussão. A pressão do Congresso e a busca por uma saída política para o governo são fatores que podem influenciar o andamento dessas propostas.