02 de jul 2025



Lula discute flexibilização do Mercosul em cúpula com Cristina Kirchner em Buenos Aires
Lula assume a presidência do Mercosul em meio a tensões com Milei e discute flexibilização da Tarifa Externa Comum e integração econômica.

Lula vai à Argentina para Cúpula do Mercosul (Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou nesta quarta-feira, 2 de agosto, para Buenos Aires, onde participará da Cúpula do Mercosul, que ocorrerá até quinta-feira, 3 de agosto. Durante o encontro, Lula receberá a presidência pro tempore do bloco e discutirá a flexibilização da Tarifa Externa Comum (TEC), além de temas relacionados à democracia e ao comércio internacional.
A relação entre Lula e o presidente argentino Javier Milei é marcada por tensões. Milei, que já chamou Lula de "corrupto" e "comunista", não tem espaço para discussões políticas na cúpula, conforme afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A agenda será predominantemente econômica, com foco na TEC, que a Argentina deseja flexibilizar para permitir negociações comerciais mais amplas.
O Brasil concordou em aumentar em 50 itens a lista de exceções à TEC, permitindo ajustes nas alíquotas de importação de 150 produtos. Contudo, o Brasil impôs condições, como a restrição à importação de produtos brasileiros que representem mais de 20% do total importado pela Argentina. Além disso, a entrada da Bolívia no Mercosul e o interesse de outros países em se aproximar do bloco também estarão na pauta.
Reuniões Bilaterais
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terá um dia intenso em Buenos Aires. Ele participará de reuniões com ministros da Economia do Mercosul e se encontrará bilateralmente com o ministro argentino Luis Caputo. As visões econômicas dos dois países divergem, com o governo Milei adotando uma agenda ultraliberal, enquanto o Brasil busca crescimento com responsabilidade social.
Após a cúpula, Haddad seguirá para o Rio de Janeiro, onde participará da Cúpula do Brics. Ele terá reuniões com ministros das Finanças da China e da Rússia, além de representantes de outros países. Essa movimentação ocorre em um momento delicado, após a derrubada de um decreto que aumentava a alíquota do IOF no Congresso.
A expectativa é que a cúpula do Mercosul não apenas reafirme a posição do Brasil no bloco, mas também busque uma maior integração econômica, mesmo diante das divergências políticas com a nova administração argentina. A visita de Lula à ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar, ainda depende de autorização judicial, mas pode ser um ponto de interesse durante sua estadia.
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