04 de jul 2025
Parlamento português suspende votação de imigração para buscar maior consenso
Governo de Portugal busca consenso sobre propostas de imigração após tensões no Parlamento, incluindo revogação de direitos de cidadania.

Imigração em Portugal: debates sobre mudanças nas leis de nacionalidade e estrangeiros geram tensões no Parlamento (Foto: Jose A. Bernat Bacete/Getty Images)
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O Governo de Portugal decidiu, nesta sexta-feira, 4, que suas propostas para endurecer a política migratória seguirão diretamente para as comissões do Parlamento, sem votação. A medida visa buscar consenso com a oposição após tensões no debate no plenário. O porta-voz do Governo, o ministro António Leitão Amaro, afirmou que o objetivo é encontrar um caminho que una o país.
As propostas incluem mudanças na Lei de Nacionalidade e na Lei de Estrangeiros. Entre as alterações, destaca-se a revogação do direito automático à cidadania para filhos de estrangeiros nascidos em Portugal. Além disso, o prazo para naturalização de imigrantes será ampliado para sete anos para nacionais de países lusófonos e dez anos para os demais. A reagrupação familiar também sofrerá restrições, exigindo um mínimo de dois anos de residência legal.
Tensão no Debate
O debate no plenário foi marcado por momentos de tensão, especialmente quando André Ventura, líder do partido de extrema-direita Chega, leu uma lista de nomes de crianças. Essa ação gerou indignação entre parlamentares, que a consideraram uma tentativa de estigmatização. O partido ecologista Livre levantou preocupações sobre a compatibilidade das propostas com a Constituição, especialmente no que diz respeito à revogação da nacionalidade por crimes graves.
Após o tumulto, o Governo optou por não prosseguir com a votação, buscando mais diálogo com todas as forças políticas. Leitão Amaro enfatizou que a nacionalidade deve ser um direito estatal que promova coesão e pertencimento à comunidade. Ele também criticou as facilidades anteriores na obtenção da cidadania, afirmando que a nacionalidade não deve ser vista como um mero passaporte para outros países europeus.
Com as propostas agora nas comissões, o Governo busca tempo para negociar e reduzir resistências. O desafio será equilibrar a necessidade de um controle migratório mais rigoroso com os compromissos constitucionais e humanitários que regem a legislação portuguesa. A expectativa é que a tramitação seja rápida, mas respeite os trâmites necessários.


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