Lula propõe governança global para regulamentar inteligência artificial e big techs

Neste sábado, 5 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da abertura do Fórum Empresarial do Brics, realizado no Rio de Janeiro. Durante seu discurso, Lula destacou a necessidade de uma governança multilateral para a inteligência artificial (IA), alertando sobre os riscos da falta de diretrizes claras. Ele afirmou que, sem um consenso global, modelos de grandes empresas de tecnologia podem dominar o cenário, trazendo consequências indesejadas.

O presidente também reiterou a importância do multilateralismo econômico em um contexto de ressurgimento do protecionismo. Lula defendeu que as nações emergentes devem se unir para defender o comércio multilateral e promover reformas na arquitetura financeira internacional. Ele enfatizou que a colaboração internacional deve priorizar a sustentabilidade, com foco em um novo modelo de desenvolvimento.

Cúpula do Brics

A Cúpula do Brics ocorrerá nos dias 6 e 7 de agosto, reunindo 11 países membros, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O evento servirá como um fórum para discutir temas como governança global inclusiva, financiamento climático e desenvolvimento sustentável. Lula destacou que o intercâmbio comercial do Brasil com o Brics alcançou 210 bilhões de dólares no ano passado, superando o fluxo com a União Europeia.

Além de se dirigir aos empresários, Lula se reuniu com líderes de países como Etiópia e Vietnã, e uma conversa com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, está agendada. O presidente ressaltou que paz e desenvolvimento econômico estão interligados, afirmando que a responsabilidade de acabar com conflitos recai sobre os chefes de Estado.

A segurança do evento será reforçada com medidas de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O embaixador Maurício Lyrio, do Itamaraty, coordena os trabalhos como sherpa brasileiro. A cúpula é considerada o ponto alto da presidência do Brasil no Brics, com a expectativa de que os líderes abordem questões cruciais para o futuro do bloco e do Sul Global.