Polícia Rodoviária utiliza salas de aula como abrigo devido a altos custos na COP

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) anunciou que irá transformar salas de aula em alojamentos para cerca de 900 agentes que atuarão na COP30, conferência climática da ONU, marcada para novembro em Belém. A decisão foi motivada pela dificuldade em encontrar hospedagem na cidade e pelos altos preços praticados.

A adaptação dos espaços contará com a parceria de instituições como a UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia) e o IFPA (Instituto Federal do Pará). A PRF planeja adquirir 700 beliches, contêineres de banheiro, ventiladores e outros itens essenciais para acomodar os policiais.

Entretanto, a operação enfrenta um desafio orçamentário. O governo federal inicialmente destinou R$ 17,7 milhões para a PRF, mas o valor total necessário subiu para R$ 29,2 milhões devido à ampliação da operação e à extensão do período de permanência dos agentes. Faltam R$ 11,5 milhões para completar o orçamento.

A PRF se preparava para atuar de 10 a 21 de novembro, mas a cúpula de líderes foi antecipada para 6 e 7 de novembro, aumentando os custos com diárias e logística. A nota conjunta da PRF e do Ministério da Justiça informa que os planos orçamentários estão sendo discutidos com a Casa Civil.

A conferência deve reunir até 115 líderes mundiais, e a PRF será responsável pela segurança viária e mobilidade. A operação incluirá 36 equipes de batedores, totalizando 360 agentes. A PRF destacou que essa será uma operação sem precedentes, especialmente em uma localidade sem histórico de grandes eventos.

A inflação dos aluguéis em Belém já afeta até os representantes da Secretaria Extraordinária da COP30, que consideram se hospedar em uma base militar devido aos altos preços. O governo brasileiro se comprometeu a disponibilizar mais de 29 mil quartos e 55 mil leitos para a conferência, mas ainda enfrenta críticas sobre a logística e os custos elevados de hospedagem.