Lula orienta PT a reforçar mensagem de 'nós contra eles' na campanha da renda

O governo Lula e o PT lançam, nesta quarta-feira, 9, a segunda fase da campanha sobre a reforma da renda, com foco na conexão entre o combate aos privilégios e a realidade da população. Após a rejeição do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso, a nova estratégia inclui vídeos comparativos que destacam a justiça tributária.

Os vídeos, que serão divulgados nas redes sociais, mostram que o custo do programa Bolsa Família para 2025 é de R$ 158 bilhões, valor equivalente às isenções tributárias concedidas aos mil maiores produtores rurais. O publicitário Otávio Antunes, responsável pela campanha, enfatiza que a abordagem não é um confronto com o Congresso, mas sim uma luta contra a desigualdade, onde “99% estão contra 1%”.

Propostas em Andamento

A bancada petista na Câmara também apresentará um projeto de lei para limitar os supersalários. Apesar de uma proposta similar estar parada no Senado, um relatório da Transparência Brasil aponta que o texto atual permite o pagamento de R$ 7 bilhões em penduricalhos a magistrados, além do teto de R$ 46.366,19.

Lula busca, com essa reforma, não apenas um tema para seu terceiro mandato, mas também um reposicionamento para a campanha de 2026, após quedas em sua popularidade. O presidente se vê em um embate com o Congresso sobre o IOF, mas acredita que a situação está se revertendo. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, agendou uma audiência de conciliação com os presidentes da Câmara e do Senado para o dia 15.

Envolvimento de Antigos Aliados

Petistas estão utilizando declarações do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, que defendeu a taxação de super-ricos, como parte de sua argumentação. Guedes afirmou que 60 mil pessoas receberam R$ 300 bilhões e não pagaram impostos, questionando a moralidade de tal situação.

Enquanto isso, o presidente da Câmara, Hugo Motta, expressa descontentamento com as críticas direcionadas à Casa, mas a figura caricata de "Hugo Nem Se Importa" tem gerado risadas nas redes sociais. A expectativa agora é sobre como o Congresso reagirá a essas novas propostas e estratégias do governo.