09 de jul 2025
Governo prevê saída de 180 mil servidores e não fará reposição significativa
Reforma administrativa prevê a saída de 180 mil servidores em dez anos, com foco em digitalização e novas regras para supersalários.

Esther Dweck (Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO)
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A reforma administrativa proposta pelo governo Lula, liderada pela ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, busca aumentar a eficiência do serviço público por meio da digitalização e reestruturação de carreiras. A ministra afirmou que a reforma trará ganhos fiscais no curto e médio prazo, prevendo a saída de 180 mil servidores nos próximos dez anos, com a reposição de apenas um terço desse total.
Dweck destacou que, apesar de a reforma não ter como objetivo principal a redução de custos, ela já está gerando economias. Desde 2010, mais de 240 mil servidores deixaram o serviço público, resultando em uma perda líquida de 70 mil pessoas. A ministra ressaltou que a digitalização permitirá a redução da necessidade de pessoal, afirmando que não será necessário repor a maioria das vagas que se abrirão.
Novas Regras e Supersalários
A reforma também visa estabelecer novas regras para a contratação e promoção de servidores nas esferas federal, estadual e municipal. Um dos pontos centrais é a criação de limites para os chamados supersalários, especialmente no Judiciário. Dweck mencionou que o governo está buscando um diálogo entre os três Poderes para enfrentar essa questão, que tem sido um desafio no Congresso.
Além disso, a ministra enfatizou a importância da digitalização, que pode gerar economias significativas. Desde 2023, o governo estima que a digitalização já resultou em uma economia de R$ 7,5 bilhões em horas de trabalho, tanto no setor público quanto no privado. A reforma inclui iniciativas como a centralização de serviços e a criação de um portal de compras do governo, que também contribuem para a redução de custos.
Caminho para a Implementação
A reforma administrativa deve ganhar impulso nas próximas semanas, com a participação de Dweck em audiências no Congresso. O governo não pretende apresentar um plano isolado, mas sim colaborar com as ideias dos deputados para criar um ambiente favorável à reforma. A ministra expressou a intenção de alcançar um consenso mínimo em torno de propostas que evitem o pagamento retroativo de verbas indenizatórias, um tema polêmico que gera resistência.
Com essas mudanças, o governo Lula busca não apenas aumentar a eficiência do serviço público, mas também garantir uma gestão mais responsável e sustentável dos recursos públicos, preparando o país para os desafios futuros.
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