Motta promete discutir tarifas de Trump com líderes da Câmara em breve

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, se reuniram para discutir uma resposta institucional às tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A medida, anunciada recentemente, intensificou as tensões nas relações comerciais entre Brasil e EUA, complicando o cenário para o governo Lula.

Durante a reunião, Motta afirmou que buscará um posicionamento oficial junto a lideranças da Câmara e do Senado, visando a elaboração de uma nota conjunta do Congresso Nacional. "Estamos conversando. Minha posição será uma que tenha o sentimento da Casa", declarou. A discussão ocorre em um momento em que parlamentares governistas pressionam o Palácio do Planalto a aplicar a Lei da Reciprocidade, aprovada em abril, que permite ao Brasil responder com sanções comerciais a países que não mantenham uma relação de isonomia econômica.

Resposta à Tarifa

A Lei da Reciprocidade é vista como uma ferramenta crucial para proteger a soberania e as exportações brasileiras. Motta e Alcolumbre enfatizaram a necessidade de uma resposta equilibrada e firme, ressaltando que o Congresso acompanhará de perto os desdobramentos da situação. A imposição das tarifas por Trump, que justificou a medida com críticas ao Brasil, pode impactar diversos setores da economia nacional.

A relação comercial entre os dois países já é marcada por um déficit brasileiro, que importa mais do que exporta desde 2009. Apesar disso, Trump considera a relação injusta e ameaçou aumentar ainda mais as tarifas caso o Brasil reaja. Os líderes do Legislativo destacaram a importância de proteger os empregos e a economia nacional diante de ações unilaterais de outros países.

Tensão nas Relações

A tensão entre Brasil e Estados Unidos se intensificou após Trump expressar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta um julgamento por tentativa de golpe. O ex-presidente é acusado de perseguição política, e Trump pediu que as autoridades brasileiras retirem as acusações, classificando o processo como uma "caçada às bruxas". A situação atual exige um posicionamento claro do governo brasileiro, que deve ser definido em breve.