Maduro toma posse pela terceira vez enquanto repressão a opositores aumenta na Venezuela

Nicolás Maduro assumiu a presidência da Venezuela pela terceira vez, apesar de ser amplamente considerado o perdedor das eleições de julho. O verdadeiro vencedor, Edmundo González Urrutia, que está asilado na Espanha, tentou mobilizar apoio em sua viagem por Panamá, Argentina, Uruguai e Estados Unidos, mas não obteve sucesso. Ao retornar, Maduro zombou de sua tentativa, afirmando: “Chegou, Edmundo? Peguem-no. Peguem o covarde.”

Para manter a aparência de legitimidade, o regime de Maduro intensificou a repressão. Um dia antes da posse, a líder opositora María Corina Machado foi presa, mas liberada ao comparecer a uma manifestação em Caracas, após cinco meses na clandestinidade. A ONG Foro Penal registrou 42 detenções por motivos políticos apenas nas primeiras semanas de janeiro.

O Brasil, representado pela embaixadora Glivânia Maria de Oliveira na cerimônia de posse, emitiu uma nota lamentando as prisões e perseguições a opositores. O presidente Lula, que minimiza a situação na Venezuela, afirmou que o país é uma democracia e possui mais eleições que o Brasil, uma declaração que contrasta com a realidade enfrentada pelos venezuelanos.

Maduro inicia um novo mandato que se estenderá até 2031, totalizando dezoito anos no poder, superando o tempo de seu mentor, Hugo Chávez. A situação política e social na Venezuela continua a ser um tema delicado, especialmente para os cidadãos que enfrentam dificuldades sob o regime atual.