Nova política de imigração dos EUA pode complicar vistos para turistas brasileiros

O número de vistos negados para brasileiros durante a primeira presidência de Donald Trump alcançou 18% em 2018, e especialistas indicam que essa tendência pode se repetir em sua nova administração. Diana Quintas, da Fragomen, destaca que, com as primeiras ações do governo, é provável que o número de negativas aumente novamente. A advogada Liz Dell'Ome também prevê maiores filas e tempos de espera para entrevistas nos consulados, devido a uma ordem executiva que intensifica a triagem de solicitantes de vistos temporários.

A Embaixada dos Estados Unidos em Brasília afirmou que não há mudanças nos processos de solicitação de visto no momento. Para quem deseja entrar como turista nas categorias B1/B2, é necessário apresentar um passaporte válido por seis meses, fotos 5x5, o formulário DS-160 e o pagamento da taxa de US$ 185 (aproximadamente R$ 1.085). Documentos que comprovem vínculos com o Brasil, como contratos de trabalho e propriedades, são essenciais para demonstrar a intenção de retornar ao país.

Os especialistas alertam que a honestidade é crucial durante as entrevistas, pois mentir pode resultar em negação imediata do visto. É recomendado responder apenas o que é perguntado, evitando informações desnecessárias que possam causar confusão. Após a obtenção do visto, é importante lembrar que ele não garante a entrada nos Estados Unidos, e o agente de controle de fronteiras pode solicitar comprovações de viagem, como passagens de volta e reservas de hospedagem.

Além disso, o acesso ao celular do viajante pode ser solicitado, e a recusa em fornecer a senha pode resultar em deportação. Atualmente, brasileiros precisam de visto para visitar México e Canadá, mas aqueles com visto americano estão isentos dessa exigência. A pressão da administração Trump pode levar a uma rigidez maior nos processos de emissão de vistos em países vizinhos, especialmente no México, onde a situação migratória é uma preocupação constante.