Crescimento da nova direita na Europa desafia normas democráticas e atrai novos eleitores

Os partidos de extrema direita estão em ascensão na Europa, alcançando posições de destaque em países como Alemanha, França, Reino Unido e Itália. Exemplos incluem o AfD (Alternativa para a Alemanha), Reform UK, Reunião Nacional e Irmãos da Itália, que, embora não se autodenominem abertamente como de extrema direita, têm atraído eleitores da direita tradicional. Essas siglas, apesar de tentarem se integrar ao mainstream, são compostas por figuras que já fizeram declarações controversas, como Alexander Gauland, da AfD, que minimizou o impacto do nazismo na história alemã.

O crescimento desses partidos é impulsionado por dois fatores principais. O primeiro é a normalização de discursos antes considerados inaceitáveis, como xenofobia e ultranacionalismo, que agora são aceitos pela direita tradicional em busca de alianças eleitorais. O segundo fator é a adesão crescente de um eleitorado mais amplo a propostas radicais, incluindo jovens cosmopolitas e profissionais bem-sucedidos, que, apesar de sua educação formal, estão dispostos a apoiar uma política que relativiza os horrores do passado, como o nazismo e o fascismo.

Essa mudança de comportamento eleitoral reflete uma transformação significativa na política europeia, onde o que antes era um nicho restrito agora atrai uma base diversificada. A aceitação de ideias extremistas por uma classe média educada desafia a noção de que esses discursos são apenas para grupos marginalizados. O fenômeno indica uma reconfiguração das identidades políticas na Europa, com a extrema direita se tornando uma força relevante no cenário político.

A situação atual levanta preocupações sobre o futuro da democracia na Europa, à medida que partidos que promovem discursos de ódio e divisão ganham espaço. A crescente aceitação de tais ideologias sugere uma mudança no panorama político, onde a luta contra a intolerância e a defesa dos valores democráticos se tornam ainda mais desafiadoras.