13 de fev 2025

Irã retoma produção de mísseis com chegada de carga de químicos da China
Um navio com 1.000 toneladas de sodio perclorato chegou ao Irã, essencial para mísseis. A entrega sugere que o Irã pode retomar a produção de propulsores sólidos. O sodio perclorato pode gerar combustível para até 260 mísseis Kheibar Shekan. A China, apesar de sanções, continua sendo um aliado econômico do Irã. A produção de mísseis iranianos pode impactar a segurança regional, especialmente Israel.
Foto:Reprodução
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Um dos dois navios transportando mil toneladas de um produto químico fabricado na China, que pode ser crucial para o programa de mísseis militares do Irã, ancorou no porto de Bandar Abbas na quinta-feira, segundo dados de rastreamento de navios. O Golbon partiu do porto de Taicang, na China, há três semanas, carregando sódio perclorato, um precursor essencial na produção de propelente sólido para mísseis convencionais de médio alcance do Irã. Fontes de inteligência europeias indicam que essa remessa pode permitir a produção de propelente suficiente para cerca de 260 motores de foguetes Kheibar Shekan ou 200 mísseis balísticos Haj Qasem.
A entrega ocorre em um momento em que o Irã enfrenta reveses regionais, como a queda de aliados como Bashar al-Assad na Síria. Após ataques israelenses a fábricas de mísseis iranianas em outubro, especialistas ocidentais acreditavam que o país levaria pelo menos um ano para retomar a produção de propelente sólido. No entanto, essa remessa sugere que o Irã pode estar próximo de retomar a produção de mísseis. A carga foi adquirida pelo Departamento de Aquisições da Organização de Jihad de Autossuficiência, responsável pelo desenvolvimento de mísseis balísticos no Irã.
O segundo navio, Jairan, ainda não foi carregado e deve transportar o restante da carga de mil toneladas. Ambos os navios são operados pela Iranian Republic Shipping Lines (IRISL), que já está sob sanções dos Estados Unidos e Reino Unido. Embora a entrega de sódio perclorato não seja ilegal, ela levanta preocupações sobre o potencial uso militar do material, especialmente em relação ao programa de mísseis balísticos do Irã.
Analistas afirmam que, apesar de o Irã ter capacidade de produzir perclorato de amônio, a dependência de importações de sódio perclorato indica problemas na cadeia de suprimentos. O sódio perclorato é um ingrediente chave para a produção de propelentes de foguetes, e sua entrega pode ser um indicativo de que o Irã está se reestruturando para fortalecer sua capacidade militar. A situação é monitorada de perto por agências de inteligência ocidentais, que expressam preocupação caso o Irã direcione esses químicos para a produção de combustível de mísseis, especialmente aqueles destinados à Rússia.
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