Funeral de Hassan Nasrallah reúne multidão em Beirute, reafirmando força do Hezbollah

Centenas de milhares de pessoas se reuniram em um estádio em Beirute e nas ruas próximas no domingo para o funeral do ex-líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, quase cinco meses após sua morte em um ataque aéreo israelense. Nasrallah faleceu após a força aérea de Israel lançar mais de oitenta bombas em seu principal centro de operações, um golpe significativo para o grupo militante apoiado pelo Irã. Ele foi um dos fundadores do Hezbollah e liderou a organização por mais de trinta anos, tornando-se uma figura influente no chamado "eixo de resistência" que inclui facções iraquianas, iemenitas e palestinas.

A presença maciça no funeral, estimada em 450 mil a 1,4 milhão de pessoas, segundo diferentes fontes, foi interpretada como uma demonstração de força do Hezbollah, que enfrenta desafios após um conflito de quatorze meses com Israel. O deputado do Hezbollah, Ali Fayyad, afirmou que a multidão confirma que o grupo continua sendo o partido mais popular no Líbano, desmentindo rumores sobre sua fraqueza. Mourners, como Sahar al-Attar, expressaram sua determinação em comparecer, mesmo sob risco.

Nasrallah foi sepultado em Beirute, junto com seu primo e sucessor, Hashem Safieddine, que também foi morto em um ataque israelense. Durante o cortejo, flores foram lançadas sobre os caixões, enquanto telas gigantes exibiam a mensagem: “Estamos comprometidos com o pacto.” O funeral atraiu cerca de oitocentas figuras proeminentes de sessenta e cinco países, incluindo autoridades iranianas e representantes do governo libanês.

O evento também contou com a presença de ativistas internacionais, como a irlandesa Tara O’Grady, que se manifestou em apoio ao povo libanês. Enquanto o cortejo seguia, aviões de combate israelenses sobrevoaram a área, provocando gritos de "Morte a Israel" da multidão. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou que os voos enviavam uma mensagem clara sobre as consequências para aqueles que ameaçam o país. Apesar dos desafios, o atual secretário-geral do Hezbollah, Naim Kassem, reafirmou a força do grupo e a necessidade de retirada israelense das áreas ocupadas no sul do Líbano.