US destaca que ceder regiões ocupadas por Rússia é o principal desafio nas negociações de paz

O principal desafio para a resolução do conflito entre Rússia e Ucrânia reside na questão da Crimeia e nas quatro regiões ucranianas ocupadas pela Rússia, conforme afirmou o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff. Durante uma entrevista, ele destacou que esses territórios são "o elefante na sala" nas negociações de paz. Witkoff mencionou que, apesar de avanços nas conversas, as questões territoriais ainda precisam ser discutidas. As regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson foram anexadas ilegalmente pela Rússia, e a Ucrânia se opõe firmemente a qualquer concessão.

Witkoff também comentou sobre os referendos realizados pela Rússia, que foram amplamente criticados como uma farsa pela comunidade internacional. Ele argumentou que esses plebiscitos demonstram o desejo das populações locais de se separarem da Ucrânia, afirmando que "são de língua russa" e que a maioria quer estar sob domínio russo. No entanto, relatos indicam que a votação ocorreu sob coação, com cidadãos afirmando que os resultados já eram previsíveis.

As negociações estão programadas para recomeçar em Jidá, na Arábia Saudita, onde representantes dos EUA se encontrarão com delegados da Rússia e da Ucrânia. Witkoff questionou se o mundo reconhecerá as regiões como parte da Rússia e se o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky conseguirá sobreviver politicamente caso aceite essa realidade. Zelensky reiterou que a Ucrânia não reconhece os territórios ocupados como russos e espera que a questão seja abordada em futuras discussões de paz.

Durante a entrevista, Witkoff descreveu Putin como "gracioso" e "inteligente", ressaltando que o líder russo o recebeu pessoalmente em Moscou. Ele mencionou que Putin encomendou um retrato de Donald Trump, o que impressionou o ex-presidente. Witkoff insinuou que a resolução do conflito poderia abrir portas para uma colaboração mais ampla entre os EUA e a Rússia em áreas como políticas energéticas e inteligência artificial, questionando: "Quem não gostaria de um mundo onde Rússia e Estados Unidos colaboram em boas ações?"