19 de abr 2025
Refugiados enfrentam caos e incerteza em Renk após conflitos em Sudão e Sudão do Sul
A crise humanitária no Sudão e Sudão do Sul se agrava, com milhões de deslocados e a paz em risco. Refugiados enfrentam escassez e doenças.
O conflito no Sudão causou a maior crise humanitária do mundo, afirmam agências de ajuda. (Foto: Hassan Lali / BBC)
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Crise Humanitária se Agrava com Novos Conflitos no Sudão e Sudão do Sul
A violência no Sudão e a instabilidade no Sudão do Sul forçam milhares de pessoas a fugir de suas casas, agravando uma crise humanitária complexa. Sarah Williams, de 33 anos, é um exemplo dessa realidade, tendo sido deslocada duas vezes por conflitos nos dois países.
Em 2013, a guerra civil no Sudão do Sul, desencadeada pela disputa de poder entre o presidente Salva Kiir e seu então vice, Riek Machar, forçou Williams a deixar seu país. Após reconstruir sua vida em Khartoum, capital do Sudão, ela precisou fugir novamente em 2023, com o início dos confrontos entre o general Abdel Fattah al-Burhan e Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti.
Mais de 150 mil mortos e 12 milhões de deslocados
O conflito no Sudão, que se iniciou em 2023, já causou a morte de mais de 150 mil pessoas e forçou o deslocamento de mais de 12 milhões de pessoas, transformando grande parte de Khartoum em ruínas. Williams retornou ao Sudão do Sul, mas a retomada da violência no país a levou a Renk, uma cidade de fronteira superlotada.
Renk, que antes era uma cidade tranquila, tornou-se um ponto de trânsito para refugiados de ambos os países. A situação no local é crítica, com o campo de trânsito abrigando mais de 9 mil pessoas, três vezes sua capacidade. A distribuição de recursos é insuficiente, levando refugiados a buscar alternativas como a venda de lenha para comprar alimentos.
Ameaça à Paz e Aumento de Doenças
A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta para o risco de colapso do acordo de paz de 2018 entre Kiir e Machar no Sudão do Sul. A retomada dos confrontos, especialmente na cidade de Nasir, impede o retorno de pessoas como Williams a suas cidades de origem.
A superlotação e a falta de saneamento em Renk contribuem para a proliferação de doenças, como o cólera, que causou mais de 450 mortes no Sudão do Sul. A situação é agravada por cortes no financiamento de agências de ajuda humanitária, impactando o atendimento médico e a distribuição de recursos.
Tensões Políticas e Intervenção Estrangeira
As tensões políticas no Sudão do Sul aumentaram com a prisão domiciliar de Machar, acusado por aliados de Kiir de apoiar grupos armados. A falta de integração das tropas rivais em um exército nacional unificado é apontada como um dos principais obstáculos à paz.
A intervenção de Uganda, com o envio de tropas para apoiar Kiir, é vista como uma ameaça à soberania do Sudão do Sul e ao acordo de paz de 2018. Enquanto isso, no Sudão, o general Dagalo anunciou a formação de um governo rival, apesar da perda de controle sobre Khartoum.
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