Gabriel Boric recusa gravata e reforça imagem de político despojado no Brasil

Um dos principais nomes da renovação da esquerda na América Latina, o presidente do Chile, Gabriel Boric, recusou-se a ser fotografado recebendo uma gravata durante sua visita ao Brasil. O incidente ocorreu na quarta-feira, durante uma visita ao Supremo Tribunal Federal (STF). A gravata foi oferecida como presente, mas a equipe de Boric informou que ele não desejava registros com o acessório.

A recusa de Boric reflete sua imagem de político despojado, em contraste com as elites. Desde fevereiro, o STF começou a confeccionar gravatas e lenços com seu símbolo para presentear autoridades. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, brincou sobre o lançamento do "departamento STF fashion" durante o anúncio.

Boric, que tem 39 anos e é ex-líder estudantil, não usou gravata nem mesmo em sua cerimônia de posse em 2022. Ele já havia enfrentado críticas por não usar o acessório quando era deputado. Em uma entrevista à BBC em 2022, Boric afirmou que o uso da gravata representa a "homogeneização" de uma "elite muito fechada e muito parecida entre si".

Visita ao Brasil

Na cerimônia de recepção no STF, Boric esteve acompanhado por sete ministros da Corte e pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. No dia anterior, ele se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Planalto, também sem usar gravata. A postura de Boric destaca sua tentativa de se distanciar das tradições formais que caracterizam a política tradicional.