Investidores buscam adquirir terreno de € 300 milhões em Svalbard, Noruega

Um consórcio de investidores está disposto a pagar € 300 milhões (US$ 341 milhões ou R$ 1,9 bilhão) por um terreno em Svalbard, na Noruega. A venda, no entanto, pode ser bloqueada pelo governo norueguês devido a preocupações de segurança nacional. O grupo inclui investidores de países da OTAN e signatários do Tratado de Svalbard.

A propriedade, chamada Sore Fagerfjord, possui seis mil hectares e está localizada a cerca de 65 quilômetros de Longyearbyen, a principal cidade do arquipélago. A venda foi anunciada em maio do ano passado, mas o governo norueguês declarou que qualquer negociação deve ser aprovada previamente por motivos de segurança. O Ministério do Comércio da Noruega reafirmou essa posição à Bloomberg.

Birgit Liodden, uma das acionistas minoritárias e ativista climática, afirmou que os investidores têm uma visão de longo prazo para proteger a área das mudanças ambientais. Segundo ela, cerca de metade do valor da venda será destinado a projetos ambientais em Svalbard. O advogado Per Kyllingstad, que representa os vendedores, argumenta que a venda deve ser permitida, pois os compradores são ambientalistas.

Tensão Geopolítica

O arquipélago de Svalbard é regido por um tratado internacional assinado por aproximadamente 45 países, incluindo Rússia, China e Estados Unidos. A região tem visto um aumento nas tensões geopolíticas, especialmente após declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a Groenlândia. A Rússia, por sua vez, acusou a Noruega de militarizar o arquipélago, o que é negado pelo governo norueguês.

Svalbard abriga uma população de mais de 1.600 noruegueses e cerca de 200 russófonos. O terreno em questão é descrito como uma área sensível, rica em montanhas, fiordes e vida selvagem ártica. A venda e suas implicações refletem as complexas dinâmicas de poder e interesses ambientais na região.