Política

A OIM registra 9.002 mortes em travessias migratórias em 2024, o ano mais letal

Migração atinge recorde de mortes em 2024, com 9.002 vítimas. Nova política da UE classifica países como seguros, dificultando asilo.

Jovem tenta pular cerca na fronteira entre México e EUA em Ciudad Juarez na última terça-feira (29) (Foto: Stringer/Reuters)

Jovem tenta pular cerca na fronteira entre México e EUA em Ciudad Juarez na última terça-feira (29) (Foto: Stringer/Reuters)

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Relatório da Organização Internacional para Migrações (OIM) revela que 2024 foi o ano mais letal para migrantes, com 9.002 mortos e desaparecidos. Desde 2014, o total de vidas perdidas chega a 74.408. A maioria das vítimas, 72%, estava em áreas de crises humanitárias ou tentando escapar delas.

Afeganistão, Mianmar, Etiópia, Síria, Guatemala e Venezuela são os países com maior número de migrantes afetados. A situação é crítica no estreito de Darién, entre Colômbia e Panamá. A diretora da OIM, Amy Pope, afirmou que esses números são um "lembrete trágico" das condições que forçam as pessoas a arriscar suas vidas.

A rota mais perigosa continua sendo o Mediterrâneo central, onde quase 32 mil migrantes morreram ou desapareceram. Além disso, mais de 42 mil se afogaram, e cerca de 30 mil corpos não foram recuperados. A OIM destaca que muitos migrantes morrem em áreas de guerra, e as estatísticas podem não refletir a realidade, pois faltam dados em regiões de conflito.

Mudanças nas Políticas de Asilo

A situação pode se agravar em 2025 devido a novas políticas de imigração nos Estados Unidos e na Europa. O governo dos EUA, sob Donald Trump, planeja deportar 20 milhões de pessoas. Na Europa, a nova política da União Europeia (UE) classifica países como seguros, dificultando pedidos de asilo. Cidadãos de Kosovo, Bangladesh, Colômbia, Egito, Índia, Marrocos e Tunísia enfrentarão processos mais rigorosos.

A Comissão Europeia anunciou uma "lista de países de origem seguros", que será parte do Pacto de Imigração e Asilo, previsto para entrar em vigor em junho de 2026. Especialistas alertam que essa medida pode resultar em uma "deterioração do acesso à proteção" para solicitantes de asilo.

Críticas e Consequências

Organizações como a Human Rights Watch criticam a UE por sua abordagem, alegando que a cooperação com países como Líbia e Tunísia ignora abusos contra migrantes. Desde 2014, a Líbia registrou 8.680 mortos e 12.249 desaparecidos entre migrantes.

A Comissão Europeia defende que a nova política permite avaliações individuais de segurança para solicitantes de asilo. No entanto, a ONG Pro Asyl alerta que a reforma pode dificultar ainda mais o acesso à proteção para aqueles que realmente precisam. A OIM pede uma abordagem diferente, enfatizando a necessidade de criar oportunidades em comunidades para que a migração seja uma escolha, não uma necessidade.

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