06 de mai 2025
Argentina mantém Mercosur e adia acordo de livre comércio com os Estados Unidos
Argentina opta por fortalecer o Mercosur em vez de um tratado de livre comércio com os EUA, impactando suas relações comerciais.
Javier Milei, em Buenos Aires, no passado 30 de abril. (Foto: Matias Baglietto/REUTERS)
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Javier Milei, presidente da Argentina, adotou uma postura agressiva em sua política interna e externa, buscando um alinhamento com os Estados Unidos e uma relação próxima com Israel. No entanto, a Argentina decidiu não avançar com um tratado de livre comércio individual com os EUA. Em vez disso, o país optou por aumentar a quantidade de produtos com redução de tarifas no Mercosur, impactando suas negociações comerciais.
Na última sexta-feira, durante uma reunião de cancilleres do Mercosur em Buenos Aires, a Argentina renunciou à ideia de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. A proposta agora é aumentar de 100 para 150 o número de produtos que podem ter tarifas reduzidas, sem romper a união aduaneira do bloco. Essa decisão reflete um pragmatismo que contrasta com a beligerância habitual da administração Milei.
O Mercosur é uma união aduaneira que estabelece um arancel externo unificado frente a terceiros países. Se um membro assinasse um tratado de livre comércio com um país fora do bloco, teria que se retirar do Mercosur. Os parceiros do bloco concordaram com a proposta argentina, que busca maior flexibilidade nas negociações com Washington. O Brasil, por exemplo, também está em conversações com os EUA sobre tarifas.
A política externa de Milei é marcada por dois pilares: alinhamento com Washington e lealdade a Israel. Apesar de sua retórica, a Argentina reconhece a importância do mercado brasileiro, essencial para sua indústria. A relação com os EUA, embora próxima, não é ilimitada. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, visitou recentemente a Argentina para apoiar o programa de Milei, mas a administração americana também enfrenta desafios protecionistas.
Além disso, a Argentina renovou um acordo de troca de moedas com a China, que é crucial para sua estabilidade financeira. Esse movimento foi interpretado como um desvio da política de Milei, que havia criticado o regime chinês. A relação com a China e a busca por um acordo com a União Europeia também são fatores que influenciam a estratégia comercial da Argentina no cenário atual.
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