Cultura brasileira sofre com recuos de escritores devido a tensões políticas nos EUA

A política migratória de Donald Trump e o cerco às universidades nos Estados Unidos têm gerado tensão na cena cultural brasileira. Escritores e acadêmicos que residem nos EUA estão cancelando participações em eventos internacionais, como a Bienal do Livro do Rio e a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), devido a preocupações com segurança e restrições de viagem.

Recentemente, uma autora americana premiada desistiu de participar da Flip, programada para julho, temendo problemas para retornar aos Estados Unidos. Ela expressou que estava animada com a viagem, mas a possibilidade de uma escalada de protestos e a declaração de emergência nacional a deixaram insegura. Outros escritores, embora tenham alegado problemas de agenda, também cancelaram suas participações.

Impacto nas Universidades

A situação nas universidades americanas tem gerado medo entre acadêmicos estrangeiros. Muitos temem que uma viagem ao exterior possa resultar na interrupção de seus vistos. O governo Trump tem adotado medidas rigorosas, como o corte de financiamento à ciência e a ameaça de prisão a estudantes, o que intensifica a apreensão no ambiente acadêmico.

Na Bienal do Livro, um autor palestino residente em Nova York também cancelou sua participação por motivos de segurança. Ele estava programado para lançar dois livros, mas foi aconselhado a não deixar o país. A editora que o convidou planejava uma agenda de eventos pelo Brasil, que agora está comprometida.

Repercussões Culturais

Esses cancelamentos refletem um clima de instabilidade e incerteza que afeta a mobilidade de escritores e acadêmicos. O cerco às universidades e a política migratória de Trump têm consequências diretas na cultura, limitando a troca de ideias e experiências em eventos literários importantes no Brasil. A situação continua a evoluir, e o impacto sobre a cena cultural pode se intensificar nos próximos meses.