10 de mai 2025
China fortalece laços comerciais com a América do Sul em meio a tensões com os EUA
A crescente influência da China na América do Sul preocupa os EUA, que temem uma declaração conjunta contra tarifas durante reunião em Pequim.
Lula e Xi Jinping no Palácio do Itamaraty, em Brasília (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República)
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No dia 12 de maio, o presidente da China, Xi Jinping, receberá líderes sul-americanos em Pequim, incluindo Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, Gustavo Petro, da Colômbia, e Gabriel Boric, do Chile. Este encontro marca a maior reunião diplomática da China na região desde a posse de Donald Trump. As autoridades dos Estados Unidos expressam preocupação com a crescente influência chinesa na América do Sul.
A popularidade da China na região tem aumentado, com pesquisas mostrando que, embora os Estados Unidos ainda sejam vistos de forma mais favorável, a percepção sobre a China está mudando rapidamente. Cerca de 70% dos brasileiros e colombianos afirmam que a popularidade da China está crescendo em seus países. A China é considerada uma superpotência mais respeitosa, especialmente em comparação com os Estados Unidos.
O comércio entre a China e a América do Sul tem se expandido significativamente. Em 2023, o comércio da China com a região alcançou US$ 304 bilhões, um aumento de 43% em relação ao ano anterior. Em contraste, o comércio dos Estados Unidos caiu 25%, totalizando US$ 210 bilhões. A demanda chinesa por commodities, como cobre e soja, tem impulsionado essa mudança.
Relações Comerciais e Investimentos
As empresas chinesas investiram mais de US$ 168 bilhões na América do Sul desde 2000, com foco em setores como mineração e agricultura. Embora o investimento tenha diminuído recentemente, novos projetos estão sendo anunciados em áreas como telecomunicações e energias renováveis. Além disso, a China tem fornecido empréstimos significativos a países como Venezuela, Brasil, Equador e Argentina, totalizando cerca de US$ 111 bilhões desde 2005.
Os líderes sul-americanos, como Lula, têm enfatizado a importância de manter relações comerciais com ambos os países, China e Estados Unidos. Lula declarou que não deseja escolher entre os dois, refletindo uma tendência na região de buscar diversificação nas parcerias comerciais. O encontro em Pequim pode resultar em uma declaração conjunta contra tarifas elevadas, o que seria favorável para a China.
Preocupações dos EUA
Os Estados Unidos, por sua vez, veem a presença chinesa como uma ameaça, especialmente em termos de segurança militar. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, alertou sobre a influência militar da China no Hemisfério Ocidental, mencionando portos comerciais e estações de retransmissão que podem ser utilizados para fins militares. Apesar das preocupações, a abordagem dos Estados Unidos tem sido criticada por ser excessivamente punitiva, o que dificulta a construção de laços mais fortes com a América do Sul.
A crescente influência da China na região é um reflexo de uma mudança nas dinâmicas comerciais e políticas, com muitos países buscando equilibrar suas relações entre as duas potências.
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