17 de mai 2025

Professores nos EUA enfrentam dilemas entre resistência e fuga do sistema educacional
Professores de Yale mudam se para Toronto, levantando debates sobre a luta pela democracia e o papel dos acadêmicos em tempos de crise.
Foto:Reprodução
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Na última quarta-feira, três professores da Universidade Yale, especialistas em autoritarismo, anunciaram sua transferência para a Universidade de Toronto, no Canadá. Em um vídeo publicado no New York Times, expressaram preocupações sobre o crescente autoritarismo nos Estados Unidos.
Jason Stanley, autor de “Como funciona o fascismo”, afirmou que a mudança se deve ao desejo de realizar seu trabalho sem medo de represálias. Marci Shore, historiadora do Leste Europeu, lembrou que a história ensina a sair antes que seja tarde, referindo-se à ascensão do nazismo em 1933. Timothy Snyder, historiador e autor de “Sobre a tirania”, destacou que sua decisão não foi uma fuga de Trump, mas uma resposta ao clima político atual.
O vídeo gerou críticas significativas. Muitos leitores do New York Times consideraram a atitude egoísta e irresponsável. Um deles questionou a escolha de deixar o país em vez de lutar pela democracia. Outro leitor expressou desânimo ao ver acadêmicos de elite optando pelo exílio como forma de protesto.
Polarização e Responsabilidade
A discussão sobre a responsabilidade de lutar pela democracia em tempos de crise é central. A polarização política nos Estados Unidos tem levado a um clima de incerteza, onde a comparação entre o fascismo histórico e a direita contemporânea se torna comum. Embora existam paralelos, como o desprezo pelas instituições e o culto ao líder, há diferenças significativas que não devem ser ignoradas.
A assimilação apressada entre fascismo e a direita atual pode desmobilizar a ação política. Ao rotular a direita contemporânea como fascista, corre-se o risco de deslegitimar o debate e a compreensão das causas que alimentam esse fenômeno. Essa visão fatalista pode levar à inação, reduzindo a política a um embate entre extremos ou a uma fuga.
A mudança dos professores de Yale levanta questões sobre o papel dos acadêmicos em tempos de crise. A decisão de deixar o país pode ser vista como um sinal de desespero ou uma chamada à ação para aqueles que permanecem.
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