Reino Unido e União Europeia continuam negociações antes da cúpula decisiva

As negociações entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) continuam intensas, com um encontro agendado entre Sir Keir Starmer e Ursula von der Leyen para discutir um possível acordo. O encontro ocorrerá horas antes de um cúpula entre o primeiro-ministro britânico e líderes da UE, marcada para segunda-feira.

Starmer busca um acordo que pode incluir um esquema de mobilidade juvenil, permitindo que cidadãos britânicos utilizem os portões eletrônicos em aeroportos da UE. Além disso, espera-se que o acordo aborde questões comerciais, de segurança e direitos de pesca. Críticas surgem de líderes conservadores, como Kemi Badenoch, que qualificou o possível acordo como uma "rendição".

As negociações estão sob a liderança do ministro para relações Reino Unido-UE, Nick Thomas-Symonds, que enfatizou a importância de um pragmatismo rigoroso. Ele destacou que o foco está em empregos, redução de custos para as famílias e fronteiras mais seguras. Contudo, Thomas-Symonds não revelou detalhes específicos, afirmando que "nada está acordado até que tudo esteja acordado".

Questões em Debate

Entre as propostas discutidas, está o acesso britânico a um fundo de defesa da UE de 150 bilhões de euros. Além disso, o esquema de mobilidade juvenil, que Starmer descreveu como "recíproco", permitiria que jovens britânicos se deslocassem para a UE por até dois anos. No entanto, não foram fornecidos detalhes sobre a faixa etária ou limites numéricos, gerando reações mistas entre os partidos de oposição.

Badenoch criticou o esquema, chamando-o de "movimento livre pela porta dos fundos", enquanto o líder do Reform UK, Nigel Farage, expressou preocupações semelhantes. Por outro lado, os Liberal Democrats apoiaram a ideia de um "esquema de mobilidade limitado", embora tenham acusado o governo de não negociar adequadamente.

Thomas-Symonds também mencionou a intenção de facilitar o trânsito de viajantes britânicos em aeroportos europeus e reduzir a burocracia nas exportações e importações de alimentos. Ele afirmou que a espera de 16 horas para caminhões com alimentos frescos é inaceitável e que a redução da burocracia é uma prioridade.

Por fim, o deputado conservador Alex Burghart expressou preocupações sobre a adesão do governo a padrões da UE, temendo que o Reino Unido se torne um "tomador de regras", algo que foi um dos motivos para a saída da UE.