24 de mai 2025
Joseph Kabila critica governo de Tshisekedi e denuncia 'ditadura' na RDC
Kabila critica governo Tshisekedi como "ditadura" e propõe plano de paz após suspensão de sua imunidade e iminente acusação de traição.
Joseph Kabila raramente fala com a mídia e não fez um discurso formal à nação há seis anos. (Foto: Reuters)
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Joseph Kabila, ex-presidente da República Democrática do Congo, criticou o governo de seu sucessor, Félix Tshisekedi, chamando-o de "ditadura". A declaração ocorreu durante um discurso de 45 minutos transmitido ao vivo pelo YouTube, um dia após o Senado suspender sua imunidade. Kabila enfrenta acusações de traição e crimes de guerra, ligando-o aos rebeldes do M23, que controlam várias cidades no leste do país.
Kabila, que governou de 2001 a 2019, afirmou que sua decisão de falar se deu pela unidade do país estar em risco. Ele apresentou um plano de 12 pontos para a paz, criticando a corrupção e a insegurança. O ex-presidente, que vive fora do país há dois anos, mencionou que pretende visitar Goma, cidade sob controle do M23, onde não teme ser preso.
Críticas ao Governo
Durante seu discurso, Kabila condenou as decisões arbitrárias do governo, que resultaram na proibição de seu partido, o Partido do Povo para a Reconstrução e a Democracia (PPRD), e na apreensão de seus bens. Ele destacou o declínio da democracia no país e criticou a administração de Tshisekedi por não responsabilizar o presidente e por permitir a exploração política do sistema judiciário.
Kabila também abordou a situação econômica, afirmando que a dívida pública ultrapassou R$ 10 bilhões. Ele criticou a utilização de milícias pró-governo como "auxiliares" das forças armadas, afirmando que isso resultou em um estado de caos indescritível no país.
Chamado à Paz
O ex-presidente pediu a retirada de tropas estrangeiras da República Democrática do Congo e elogiou a decisão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) de retirar tropas que apoiavam o exército no combate ao M23. Kabila lamentou que, após dezoito anos no poder, os avanços conquistados foram desperdiçados, levando o país a uma situação de falência e divisão.
A reação ao discurso foi mista, com alguns analistas apontando a ironia nas críticas de Kabila, que refletem problemas enfrentados durante seu próprio governo. Ele concluiu pedindo o fim da ditadura e a restauração da democracia e da governança no país.
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