Imagens de satélite mostram falha no lançamento do maior navio de guerra da Coreia do Norte

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, presenciou o naufrágio do mais novo destróier de 5.000 toneladas do país durante seu lançamento, na semana passada, em um incidente que expôs falhas na modernização da frota naval. O acidente ocorreu devido à técnica de lançamento lateral, uma abordagem inédita para a marinha norte-coreana, que demonstrou a falta de experiência do estaleiro.

Após o naufrágio, Kim classificou o evento como um ato criminoso e prendeu três funcionários do estaleiro, incluindo o engenheiro-chefe. A agência oficial de notícias KCNA informou sobre as detenções, destacando a pressão que Kim exerce por resultados rápidos em sua estratégia militar. O destróier, montado em Chongjin, é a maior embarcação de guerra já construída pelo regime.

Imagens de satélite mostraram o destróier de 143 metros posicionado sobre uma rampa de lançamento, enquanto uma estrutura de observação, onde Kim provavelmente estava, ainda estava em construção. Especialistas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) afirmaram que o estaleiro não tinha experiência em construir e lançar navios de guerra de grande porte, o que contribuiu para o acidente.

Detalhes do Acidente

O naufrágio ocorreu quando os engenheiros tentaram empurrar o destróier para a água, mas ele perdeu o equilíbrio. Imagens captadas após o incidente mostraram o navio tombado e coberto por uma lona azul, com a proa presa à rampa. A técnica de lançamento lateral exige um equilíbrio delicado, e as armas pesadas do destróier podem ter dificultado ainda mais a operação.

Analistas sul-coreanos sugerem que a pressão para replicar o sucesso do lançamento do destróier Choe Hyon, realizado anteriormente em Nampo, pode ter levado a atalhos no processo de construção. O Choe Hyon foi lançado sem incidentes e é considerado um símbolo do plano de modernização naval de Kim.

Perspectivas Futuras

A Coreia do Norte afirmou que poderá restaurar o equilíbrio do destróier danificado em cerca de dez dias, mas especialistas como Yang Uk, do Instituto Asan de Estudos Políticos, alertam que os danos podem ser mais graves do que o regime admite. O navio, segundo Yang, parece ter sido construído sem a resistência estrutural necessária para uma embarcação de guerra, levantando dúvidas sobre a capacidade do país de avançar em sua ambiciosa agenda naval.