Trump e Musk rompem aliança e revelam tensões na direita global reacionária

A ruptura entre Donald Trump e Elon Musk marca uma nova fase na dinâmica do discurso reacionário global. Steve Bannon, ex-assessor de Trump, afirmou que "não pode haver dois Reis Sol na mesma constelação mediática", indicando que a rivalidade entre os dois vai além de egos inflacionados.

Até então, Trump e Musk formavam uma aliança tática, unindo o populismo e o libertarismo. Trump, como porta-voz do ressentimento branco, e Musk, como ícone do capitalismo disruptivo, se uniram contra o "progresismo institucional". No entanto, essa colaboração era mais uma conveniência do que uma verdadeira união ideológica.

A divergência de interesses entre os dois começou a se manifestar em questões como impostos e comércio internacional. Essa fratura expõe as tensões internas da direita global, onde diferentes grupos, como cristãos tradicionalistas, populistas identitários e tecnolibertários, compartilham inimigos, mas não princípios. Cada um possui valores contraditórios que dificultam uma aliança duradoura.

Musk tentou criar uma versão moderna do trumpismo, mas ignorou que a base conservadora americana é movida por questões mais profundas, como religião e nacionalismo. O conflito entre Trump e Musk não é apenas pessoal, mas reflete uma luta estrutural pelo controle do discurso reacionário. A disputa entre o nacionalismo autoritário e o libertarismo distópico revela uma crise ideológica que pode afetar a política global.

A Europa, nesse contexto, se torna um espaço político em potencial, mas enfrenta o desafio do crescimento da extrema direita. O fenômeno ocorre de forma gradual, como um "maremoto" que pode levar a mudanças significativas em capitais como Londres, Paris e Madrid. A tensão entre as plataformas digitais e o Estado promete ser um tema central nas próximas batalhas políticas.